| por Caroline Gois
A Independência do Brasil é celebrada em todo dia 07 de setembro. Essa
comemoração acontece desde a época do Primeiro Império, que, a cada ano,
rememorava a ocasião em que o país se tornou independente de Portugal
no ano de 1822. O processo de independência do Brasil teve como
principais atores históricos, além do príncipe regente D. Pedro (que se
tornou o imperador D. Pedro I), alguns representantes da elite
interessada na ruptura entre Brasil e Portugal. Entre esses
representantes, encontrava-se aquele que também se tornou um dos maiores
articuladores do Império, José Bonifácio de Andrada e Silva. Assim
podemos resumir a história sobre a indepência do Brasil.
Nesta quinta, esta história ganha um capítulo que poderia não ter sido
escrito. Poderíamos estar comemorando até hoje esta independência
através de uma verdadeira democracia, de valores ajustados e de
igualdade para todos. Poderíamos apagar a trajetória que por vezes
abalou o país e deixou o povo estarrecido. Neste 7 de setembro, estamos
dependente de uma algoz que nos acompanha há anos ou, porque não dizer,
sempre: a corrupção.
De painéis, mensalões, mensalinhos, lava jatos e delações, chegamos
neste dia 7 de setembro de 2017 carregando nas costas, ou melhor, na
mala, R$ 51 milhões. Um montante que mexe com nossos valores e
caracteriza o resultado daquilo que somos, que temos e que construímos
até hoje. O verdadeiro retrato da política brasileira. E que política é
esta? Que cidadãos são estes? Que país estamos realmente construindo?
Costumo dizer que a política é um reflexo da sua sociedade, dos
cidadãos que nela vivem e de seus atos. Nunca o Brasil esteve tão
marginalizado de valores e da necessidade de reflexão. De pensar. De
votar de verdade. De rever e rever e olhar novamente o que estamos sendo
e fazendo em nosso Brasil "independente".
R$ 51 milhões dentro de malas e caixas de papelão são só um exemplo de
tantos milhões e bilhões que por aí estão neste gigante Brasil que já
foi palco de batalhas, de trabalho e também de trechos de uma bonita
história que oficizalizou o 7 de setembro e tantas outras datas que nos
deixaram mais fortes, mais esperançosos, mais confiantes. Mas, a
CORRUPÇÃO - ato ou efeito de se corromper, oferecer algo para obter
vantagem em negociata onde se favorece uma pessoa e se prejudica outra.
Tirar vantagem em um "projeto de poder" atribuído - ganhou força e se
transformou em nossa identidade.
Em que momento deixamos de ter esperança? Em que momento contribuímos
com que esta palavrinha de ação esmagadora tomasse conta de nossa rotina
e se transformasse em um Tesouro Perdido? Que este ano, o 7 de setembro
possa valer para lembrarmos que ainda não somos independentes, que
ainda estamos presos a valores mesquinhos, que não ligamos para a Saúde,
para a Educação, para o respeito. Que nós - cidadãos - responsáveis em
outrora por grandes batalhas abaixamos a guarda e deixamos que os
inimigos - infiltrados em partidos políticos com seus triplex,
apartamentos, malas, JBS's e padrinhos - impedissem o hasteamento da
nossa bandeira.
Com atos escancarados e que nos levam a questionar "aonde vamos parar",
"que país é este", "vergonha", "ódio", "vou embora daqui", nos resta
parar, refletir e entender porque estamos colhendo estes frutos amargos
que nos destroem, nos deixam "impactados", como afirmou a ex-ministra
Eliana Calmon e que nos tornam meros espectadores daqueles que assaltam
os cofres e a moralidade do nosso país.
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