É um espanto, escreve
Vilma Gryzinski (Veja.com): "presidente não ouve conselhos do 'New York
Times' nem de atores brasileiros que receitam políticas contracíclicas".
O ódio burro da imprensa norte-americana contra Trump leva-a a dar
tiros nos pés diariamente. Trump continua apanhando mesmo quando acerta -
e este foi o caso, uma vez mais:
Nós estamos um pouco
mais ferrados com o corte geral de impostos anunciados por Donald Trump.
Como esta é nossa condição natural, aconteça o que acontecer, resta-nos
torcer para que a turbinada na economia americana, prevista pelos
incentivos fiscais, acabe respingando na nossa sedenta horta.
Países emergentes e
américo-dependentes, como o Canadá, sempre têm algo a perder quando o
gigante americano fica mais atrativo ainda. O maior corte de impostos
com que Trump presenteou os americanos nos seus 100 dias de governo vai
para as empresas: a alíquota cai de 35% para 15%, uma redução espantosa.
Para as pessoas
físicas, a alíquota máxima cai de 39,6% para “algo no meio dos 30”. Um
casal que faça declaração conjunta só precisará pagar impostos a partir
de uma renda de 24 mil dólares. “Estamos criando uma alíquota zero, sim,
uma alíquota zero, para os primeiros 24 mil dólares de renda de um
casal”, disse Gary Cohn, diretor do do Conselho Nacional de Economia,
Gary Cohn.
Cohn foi criticado
pelos anti-trumpistas e por trumpistas também por ter saído do Goldman
Sachs, o gigantesco banco de investimentos que se tornou sinônimo dos
abusos quase suicidas praticados pelo mercado financeiro.
Se a economia bombar,
como planejam Trump e equipe econômica, Gary Cohn será propulsionado à
posição de gênio. Ou, pelo menos, de futuro presidente do FED, o banco
central americano. O mercado está fervilhando diante da perspectiva de
que ele venha a substituir a muito capaz, porém pouco entusiasmante
Janet Yellen, cujo mandato termina no ano que vem.
PROBLEMA BÃO
Os cortes de impostos
tiram 600 bilhões da economia. Como serão compensados? Políticas
contracíclicas tais como recomendadas por atores e cantores no caso do
Brasil e tão brilhantemente aplicadas por nossa ex-presidente e eventual
palestrante em Harvard? Injeções cósmicas de dinheiro tais como
defendidas pela mesma Janet Yellen?
Supresa, surpresa:
Trump e equipe pretendem compensar a perda com um crescimento de “ “3%
ou mais” da economia, nas palavras de Steve Mnuchin, secretário do
Tesouro. Sustentada evidentemente, pois um crescimento econômico
turbinado tende a aumentar a inflação.
Trump já disse que
quer manter o dólar barato, para aumentar a competitividade dos
exportadores americanos, e os juros baixos. Conciliar aquecimento da
economia e controle inflacionário não exige exatamente uma convenção de
prêmios Nobel de Economia. Além disso, como se diz no interior do bioma
São Paulo-Sul de Minas- Goiás: eta problema bão, sô.
A reforma fiscal vai
“beneficiar significantemente os ricos”, bufou o New York Times – não é
nada de pessoal contra o jornal, ele apenas é o avatar que personifica
todo o jornalismo distorcido pelo ódio a Trump.
Nesse caso,
inclusive, o jornal tem razão. A reforma fiscal favorece quem tem
dinheiro em fundos de investimentos e alivia a carga sobre a transmissão
de fortunas. Mas fato de que pequenas empresas também são muito
favorecidas, incentivando a criação de novos empregos, não pode ser
escamoteado.
TIROS NOS PÉS
O New York Times
também acha que “a evidência de uma decolada real na economia é escassa”
e que os mercados estão bombando porque se basear “até agora em
perspectivas”. Quem diria, mercado que se baseia em perspectivas? Uma
novidade jamais vista antes. Deve ser uma invenção maligna do Trump.
O tom levemente
irônico das frases acima deve ser atribuído a uma certa exasperação
provocada pelo espetáculo constrangedor de grandes jornais dando
sucessivos tiros nos próprios pés.
Em todas as áreas, as
distorções provocadas por sentimentos pessoais de jornalistas em
relação a assuntos relacionados a Trump levam-nos a enrascadas
autoprovocadas. A revista Economist, por exemplo, adverte que, em
relação à Coreia do Norte e seus abusos mais recentes, “querer fazer
alguma coisa rapidamente tem muito apelo emocional”.
O que Trump fez até
agora: armou um acordo com a China para resolver a questão
politicamente. Como quem quer paz com agentes descontrolados, precisa
levar um porrete bem grande, deslocou para a região a força de ataque do
porta-aviões Carl Vinson e uns submarinos nucleares.
Também já estão sendo
instalados na Coreia do Sul o sistema de mísseis interceptadores
chamado THAAD – aliás, um programa corretamente aprovado já no fim do
governo Obama.
Ah sim. Um
especialista em material bélico e conflitos do Hudson Institute
entrevistado pela Fox News – quem mansa grande mídia americana – disse
que parte dos equipamentos desfilados na Coreia do Norte é fake.
Atém dos mísseis
chingling, ele constatou as seguintes falsificações: lança-granadas na
verdade são na verdade pentes de munição, projéteis afixados no cano de
fuzis são uma invenção inócua e até os óculos dos artilheiros não são
balísticos, ou seja, talvez sirvam para um banho de sol, não para
proteger os olhos em situação de disparos reais.
O exército de Kim
Jong-un é um tigre de plástico. Quem acredita que Donald Trump e todos
os generais do alto comando militar dos Estados Unidos são burros,
naturalmente, continua a achar que os americanos são um tigre de papel.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
Nenhum comentário:
Postar um comentário