Em 1964 a Ferrari tinha se tornado absoluta na prova francesa e acumulava sete vitórias, sendo quatro consecutivas. Os carros do Comendador Enzo simplesmente pintavam de vermelho os pódios erguidos em Sarthe, já que muitas equipes corriam com os carros de Maranello.
E para 1964 a previsão não seria diferente. O time do commendatore tinha inscrito dois carros, um 330P e um 275P. Ambos eram roadsters com motores centrais traseiros. Se o leitor preferir, motores posteriores, para justificar o “P” após os algarismos.
Além de pequenas diferenças aerodinâmicas como inclinação do para-brisas, desenho de tomadas e cadência da traseira, o que diferenciava os carros eram os motores. O 33P era equipado com um V12 4.0 e o 275P carregava um V12 3.3 litros. Os dois eram derivações do V12 3.0 do 250P, vencedor da prova de 1963 e, para a picardia de Enzo, que andava às turras com os norte-americanos da Ford, ele provou que a máxima da indústria americana que reza “Nada substitui as polegadas cúbicas”, nem sempre prevalece.
Isso porque o 275P (de motor menor), mais leve e eficiente, pilotado pelo francês Jean Guichet e pelo italiano Nino Vaccarella venceu a prova com 349 voltas, cinco a mais que o segundo colocado, que era uma Ferrari 330P e 12 sobre o terceiro lugar, que também era uma 330P.
No ano seguinte, uma Ferrari 250LM venceria as 24 Horas de Le Mans, mas não pela escuderia oficial da marca e, sim, por um time norte-americano, que iniciaria um jejum que já dura mais de 50 anos ao Cavallino Rampante.
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