Se queimar ônibus é um ato legítimo pelo “direito humano ao transporte”, então queimar a sede da Carta Capital é a legítima luta por liberdade de expressão?
Obviamente
não. Não mesmo. Contudo, isso não impediu que a Carta Capital lançasse
uma matéria alegando que queimar ônibus é um ato justificável na luta
pelo “direito humano ao transporte”.
Se observarmos rapidamente, de imediato
percebe-se uma incoerência lógica muito simples aí, que é o simples fato
de que um ônibus queimado equivale a um ônibus a menos, e assim sendo
quem queima ônibus está, de forma deliberada, tirando o direito de
outras pessoas ao transporte. Contudo, ainda que observemos do ponto de
vista simbólico em si, queimar um ônibus não ajuda em absolutamente nada
na luta pelo suposto direito ao transporte.
Com toda certeza, a Carta Capital está
de sacanagem. Uma matéria como essa tem como única finalidade proteger
seus pupilos, aqueles vândalos do MPL que não fazem outra coisa senão
gerar atraso. Alegar que queimar ônibus realmente ajuda a resolver o
problema é o mesmo que dizer que, queimando a sede da Carta Capital,
estaríamos ajudando a lutar por liberdade de expressão, quando na
prática é justamente o contrário, obviamente.
Assim como queimar a sede de um jornal é
um ato contrário ao direito a liberdade de expressão, pois ao fazer
isso estaria-se justamente violando e limitando a expressão de alguma ou
de algumas pessoas, queimar ônibus surte efeito evidentemente contrário
ao “direito ao transporte público”.
Tudo isso, no fim das contas, é
irrelevante. A seção da Carta que publicou a matéria se chama
“Justificando”, e a finalidade é claramente a de passar a mão na cabeça e
sustentar seus comportamentos execráveis. Quem queima ônibus está
fazendo qualquer outra coisa, menos resolver um problema. Ao contrário,
aliás, queimar ônibus causa problemas, gera transtornos, cria despesas
e, na prática, aumenta o custo médio das passagens. Queimar ônibus é um
ato de quem odeia o povo e quer mais é que ele se exploda, é coisa de
quem está a fim de atrapalhar o cidadão para empurrar suas bandeiras
goela abaixo.
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