Carioca Engenharia, Odebrecht e Andrade Gutierrez vão detalhar bastidores
Em delações de três diferentes empreiteiras, o ex-governador Sérgio Cabral aparece como personagem principal em esquemas de propinas. De acordo com informações do colunista Lauro Jardim, no jornal O Globo deste domingo (31), as denúncias devem vir à tona após o encerramento dos Jogos Olímpicos.
Um delas é a Carioca Engenharia, cujos executivos já deram seus depoimentos ao Ministério Público Federal (MPF), mas recentemente fizeram um complemento à delação premiada. Seus controladores entregaram à força-tarefa da Lava Jato provas que incriminam, como recebedores de propinas, Sérgio Cabral e Wilson Carlos, seu ex-secretário de governo.
Na Justiça Federal do Rio de Janeiro, começam a ser dados os depoimentos de Alberto Quintaes, ex-diretor da Andrade Gutierrez no estado. De acordo com delação de um outro executivo da empreiteira, eram Quintaes o responsável por entregar em mãos a propina para um operador indicado pelo ex-governador do Rio.
No caso da Odebrecht, cujos depoimentos se iniciaram nesta sexta-feira (29), a expectativa é que haja maior detalhamento sobre os bastidores da licitação para a concessão do estádio Maracanã, já que ela integrou o consórcio que reunia a empresa de Eike Batista. Em junho, durante tratativa para negociação de delação, a empreiteira revelou à Lava Jato que Cabral cobrou propina em obras como o metrô e a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014.
As planilhas da Odebrecht apreendidas pela Polícia Federal em março deste ano já mostravam o nome de Sérgio Cabral como beneficiário de R$ 2,5 milhões pagos pela empresa em razão de obras da linha 4 do metrô do Rio. Já a reforma do Maracanã, sede da final da Copa, foi orçada inicialmente em R$ 720 milhões, mas acabou custando mais de R$ 1,2 bilhão.
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