Casal junta moedas o ano inteiro e doa brinquedos a crianças no RS

Dupla começou trabalho há cerca de 30 anos e hoje tem ajuda dos amigos.
Nesta quarta, dois caminhões levaram os mais de 3 mil brinquedos.

Luciane Kohlmann Da RBS TV

Manhã foi de entrega de presentes na Zona Sul de Porto Alegre (Foto: Luciane Kohlmann/RBS TV)

Há 30 anos, um casal de Porto Alegre mantém uma rotina de solidariedade no Natal. Os dois preparam a ceia bem cedo no dia 24 para não dormir tarde e poder madrugar no dia 25. O motivo é nobre: carregar caminhões com brinquedos para levar de presente a crianças de uma comunidade na Zona Sul da capital gaúcha, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço, da RBS TV (veja o vídeo abaixo).
 "No começo éramos só eu e a minha esposa. Era pouca coisa, levava só no carro", conta o chapeador Mário Bandeira, um dos idealizadores da ação. Durante o ano, eles guardam todas as moedas que recebem em potes de sorvete e vão estocando em caixas. Com a ajuda de amigos, promovem outras ações no mês de dezembro para arrecadar mais fundos. "A gente junta o ano inteiro as moedas. E com a doação dos amigos, a gente pega o dinheiro e vai comprar os brinquedos", explica a assistente administrativa Maria Jacira Bandeira.
A ação cresceu ao longo dos anos. No começo, como buscavam quantidade, não conseguiam comprar brinquedos tão bons. Maria Jacira lembra que às vezes voltava para casa chorando ao perceber que não havia presentes para todos. Foi quando o casal percebeu que precisava de ajuda para aumentar a rede de soliedariedade. Aos poucos, os amigos foram ajudando, até chegar ao recorde deste ano: o dinheiro arrecadado conseguiu comprar mais de 3 mil brinquedos.
"Eu disse que me comportei e ganhei uma bola", vibra o pequeno Dudu, de cinco anos. "De manhã cedo eles acordam e já esperam o caminhão do Papai Noel chegar. Já nem dormem direito", conta a dona de casa Cristiane Burnet.
Como a ajuda aumentou, Mário e Maria Jacira agora conseguem comprar produtos melhores, de melhor qualidade e até atender pedidos especiais das crianças. As cartinhas são recolhidas pelos líderes comunitários e entregues ao grupo.
"A crianca gosta, a gente gosta. Amor é que a gente quer passar pra eles, o que é importante. Essa troca é maravilhosa, não tem preço", diz o vendedor Paulo Girardi, que fez o papel de Papai Noel entre as crianças.