Taxas de juros altas são obstáculos para crescimento das vendas
As taxas de juros estão bem altas e elas se tornaram o vilão do momento no mercado automotivo nacional, cuja previsão é de alta tímida em 2023.
Quem diz é a consultoria S&P Global, que alegou que o mercado nacional até poderia crescer mais, caso a taxa Selic “proibitiva” e as restrições ao crédito, não impedissem o acesso do consumidor ao carro novo.
No curto prazo, o Brasil deve vender 2,14 milhões de veículos em 2023, representando um crescimento de 9,2%, porém, o percentual aí é com base no resultado de 2022, um ano ruim considerando os reflexos da pandemia e da crise dos chips.
Atualmente há um gap de 500.000 veículos no mercado nacional, segundo Fernando Trujillo, sócio da S&P Global, que poderia deixar de existir se houvesse melhor acesso ao crédito e uma redução dos juros, favorecendo assim os contratos de financiamento.
O Brasil poderia assim atingir 2,65 milhões de veículos, o que seria um volume considerável, porém, a situação não dá sinais de melhora, ainda que o estudo aponte que a coisa avançará em 2024.
Trujillo analisa: “A taxa Selic está super elevada e se formos falar de taxa de juros específica para veículos leves, ela está quase em 29%. É uma taxa proibitiva para aquisição de veículos. A disponibilidade de crédito vem aumentando, porém para uma faixa de consumidor menor. Quem precisa do crédito, o consumidor de baixo poder aquisitivo, não está conseguindo”.
Pois é, simples assim. Sem crédito, não há venda. Nem mesmo redução de preços, promoções, carro popular verde e todas essas coisas, conseguiram passar um pano na situação atual.
Só a taxa de inadimplência gira em torno de 5% nos contratos de financiamento e a taxa Selic está em 13,75%.
Assim, as vendas financiadas caíram de 50% há quatro anos para 30% apenas, hoje.
Na previsão, a taxa Selic não fica abaixo de 12% em 2023, mas ela deverá cair em 2024.
Já em relação aos preços, Trujillo comentou: “Ao observar os últimos quatro, cinco meses, os preços estabilizaram. Nossa projeção para o curto prazo é que não haverá grandes picos de reajustes, só acompanhamento natural da inflação”.
Na visão de Trujillo, a recuperação acontece, mas lentamente, com a regularização das entregas de insumos e também dos estoques das montadoras.
[Fonte: AB]
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