Eduardo Rauen*
O sono é fundamental na jornada de
emagrecimento, pois o corpo realiza processos essenciais de recuperação
e de regeneração celular durante o descanso do corpo e da mente. Dormir
bem regula a produção de hormônios, como a leptina e a grelina, que
ajudam a controlar o apetite e a sensação de saciedade. Por outro lado, a privação dele pode levar ao ganho de peso e a um risco aumentado de desenvolver obesidade.
Quando
dormimos pouco ocorrem alterações no sono que levam a mudanças
contínuas no sistema de excitação neuronal, que são acompanhadas de
estresse. Como consequência, a regulação emocional e as funções do
sistema cognitivo mudam. Isso influencia nas escolhas alimentares do dia
seguinte, que podem ser prejudiciais ao processo de emagrecimento,
interferir na regulação da glicemia e aumentar o risco de doenças
metabólicas.
O
sono curto (com duração menor de 6 horas) também pode aumentar a fadiga
física e a psicológica diurnas e promover alterações no ciclo
circadiano com impacto em toda a liberação hormonal das 24 horas, o que
impacta o metabolismo e consequentemente o equilíbrio energético do
corpo.
Quem
dorme pouco tende a reduzir o gasto calórico em repouso e durante as
atividades cotidianas, o que pode levar tanto ao ganho de peso quanto a
dificultar a perda dele. Ou seja, o sono é essencial para a regulação do
gasto energético diário, para o desenvolvimento cognitivo e para a
promoção da saúde mental.
Quantidade ideal de sono e benefícios para a saúde
A
maioria dos adultos precisa de sete a nove horas de sono por noite para
o corpo se recuperar adequadamente e para ajustar os níveis hormonais
relacionados ao metabolismo e à regulação do apetite. A quantidade varia
de pessoa para pessoa, a depender de fatores como idade, comorbidades,
nível de atividade física e estilo de vida.
Durante
o sono, o corpo realiza uma série de processos indispensáveis para o
bom funcionamento do seu metabolismo que incluem: a restauração dos
níveis de energia, a reparação dos tecidos, a consolidação da memória e
do sistema imunológico para prevenir doenças como gripes e resfriados.
Uma
boa noite de sono auxilia o corpo a se recuperar melhor para a prática
de atividades físicas. Os exercícios também são capazes de ajudar na
qualidade do sono e a criar um ciclo positivo de saúde e bem-estar. No entanto, a privação dele é associada a um maior risco para doenças cardíacas, diabetes, obesidade, entre outras.
A
síndrome do sono insuficiente, que é caracterizada pela falta de sono
adequado, afeta negativamente a regulação dos neurotransmissores, como a
serotonina, que quando desregulada tem a capacidade de causar estresse
físico e emocional, aumentando a probabilidade de desenvolver problemas
de saúde mental e reduzindo a capacidade do indivíduo em lidar com
situações estressantes, o que eleva a possibilidade de desenvolver
quadros de ansiedade e até mesmo de depressão.
As
pessoas que sofrem da síndrome do sono insuficiente ou de distúrbios do
sono, como insônia, precisam procurar ajuda médica para avaliar a causa
do problema e iniciar o tratamento correto. Mesmo com toda a agitação
da vida moderna e a constante falta de tempo que consome muitas pessoas,
dormir bem é um hábito essencial para promover a saúde e o equilíbrio
físico e mental.
* Eduardo Rauen é cofundador da healthtech Liti,
que trabalha para resolver a dor do sobrepeso e da obesidade no Brasil.
É médico formado pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). Integra
o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. É médico
nutrólogo (com título de especialista pela ABRAN – Associação Brasileira
de Nutrologia) e do Exercício e do Esporte (com título de especialista
pela SBMEE – Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do
Esporte). Também atua como diretor técnico do Instituto Rauen –
Medicina, Saúde e Bem-Estar.
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