MEDIÇÃO DE TERRA

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terça-feira, 18 de abril de 2023

Dia dos Povos Indígenas Proteger territórios indígenas reduz impactos à saúde e ao meio ambiente

 

Dia dos Povos Indígenas

 Proteger territórios indígenas reduz impactos à saúde e ao meio ambiente

Resultados de novo estudo publicado na revista Nature, indicam que a proteção de territórios indígenas poderia reduzir as emissões de partículas atmosféricas trazendo benefícios ambientais e de saúde pública

Pimenta Baniwa da Casa de Pimenta Yamado, da Organização Indígena da Bacia do Içana (Foto: Marcelo Salazar)

O estudo Proteger os territórios indígenas da Amazônia brasileira reduz as partículas atmosféricas e evita os impactos e custos associados à saúde, publicado no dia 6 de abril na revista Nature, reforça a importância de proteger os territórios indígenas da Amazônia. Segundo a pesquisa, a preservação dessas áreas reduz a emissão de partículas atmosféricas, e estima que mais de 15 milhões de casos respiratórios e cardiovasculares poderiam ser evitados a cada ano, além da economia de cerca de US$ 2 bilhões em custos de saúde.

Para Fabiana Prado, bióloga e coordenadora do LIRA / IPÊ (Legado Integrado da Região Amazônica, do Instituto de Pesquisas Ecológicas), o estudo é mais uma prova da importância da proteção das terras indígenas da Amazônia, não só para as comunidades que vivem lá, mas para todo o planeta. "É fundamental ouvir e respeitar as comunidades tradicionais, reconhecendo sua sabedoria e conhecimento em relação ao meio ambiente e à biodiversidade local. Neste ponto, é importante destacar a importância de projetos que envolvam a participação ativa das comunidades indígenas na gestão sustentável dos recursos naturais", afirma.

A construção do Centro de Plantas Medicinais OLAWATAWA, na aldeia Paiter Suruí, em Rondônia, é um exemplo de projeto que valoriza a cultura indígena e busca a sustentabilidade econômica e ambiental da região. Naraiamat Suruí, coordenador do centro, destaca a importância da iniciativa para a geração de renda e a preservação da medicina tradicional. "Além de gerar renda para a comunidade, o centro de plantas medicinais fortalece a medicina tradicional, que é muito importante para o nosso povo", afirma.

O projeto de preservação de plantas medicinais, teve início em 2015 sem recursos e contando com a força de vontade da própria comunidade. “Depois fomos conseguindo algumas parcerias e construímos uma maloca e um banheiro, bem próximo à aldeia. Agora, precisávamos de melhores estruturas e um lugar para que o centro pudesse crescer”, conta. O LIRA / IPÊ apoiou a construção de um novo centro, que foi inaugurado no dia 19 de março. “Hoje temos estrutura para receber pessoas que queiram conhecer o centro e a cultura Paiter Suruí, com cozinha, auditório, alojamento”, comemora Naraiamat.

A produção de artesanato e pimenta Baniwa, na região do Rio Içana, no Amazonas, é um projeto da OIBI (Organização Indígena da Bacia do Içana) que busca valorizar a cultura e a arte indígena, além de promover a agroecologia e a sustentabilidade da região. André Baniwa, da OIBI, destaca a importância de iniciativas que valorizem o conhecimento e a cultura dos povos indígenas. "A produção de artesanato e pimenta Baniwa é uma forma de valorizar nossa cultura e gerar renda de forma sustentável. É importante que as pessoas conheçam e reconheçam a nossa arte e tradição", afirma.

Em novembro de 2022, foi ministrado um curso de capacitação, chamado Artesãos de Arte Baniwa, que reuniu mais de 60 pessoas e marcou a retomada das atividades produtivas e de comercialização da cestaria de arumã e da pimenta Baniwa. "A oficina deu nova esperança para a comunidade e saímos fortalecidos pensando em aumentar a produção. O incentivo às iniciativas de geração de renda, como o artesanato e a produção de pimenta, é fundamental para a autonomia econômica e o fortalecimento das comunidades", afirma. A Arte Baniwa também conseguiu, com apoio do LIRA / IPÊ, uma loja no Shopping de artesanato em Manaus. “É uma loja pequena, mas foi muito importante porque virou referência do nosso trabalho na cidade”, conta.

“O LIRA / IPÊ, por meio do apoio a projetos como esses, busca contribuir para a promoção da sustentabilidade e da valorização da cultura indígena, reconhecendo a importância das comunidades tradicionais na gestão dos recursos naturais e na preservação da biodiversidade, e fortalecendo assim a proteção de seus territórios”, diz Fabiana.

Centro de Plantas Medicinais OLAWATAWA (foto Abner Surui)

Sobre o LIRA

 

O LIRA é uma iniciativa idealizada pelo IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, Fundo Amazônia e Fundação Gordon e Betty Moore, parceiros financiadores do projeto. Os parceiros institucionais são a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Amazonas - SEMA-AM e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – IDEFLOR-Bio. O projeto abrange 34% das áreas protegidas da Amazônia, considerando 20 UCs Federais, 23 UCs Estaduais e 43 Terras Indígenas, nas regiões do Alto Rio Negro, Baixo Rio Negro, Norte do Pará, Xingu, Madeira-Purus e Rondônia-Acre. O objetivo do projeto é promover e ampliar a gestão integrada para a conservação da biodiversidade, a manutenção da paisagem e das funções climáticas e o desenvolvimento socioambiental e cultural de povos e comunidades tradicionais. Mais informações: 

https://lira.ipe.org.br/

 

Mais Informações

Nice Castro

nice@circularcomunicacao.com

Tel. (11) 994928473


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