Desde a metade de junho, o Brasil tem ocupado o segundo lugar em número
de mortes absolutas pela covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos.
Hoje, o país superou os norte-americanos em outro recorte estatístico: o
número de mortes causadas pelo novo coronavírus por 100 mil habitantes.
De acordo com os números da Johns Hopkins University, referência
mundial no estudo da pandemia, o Brasil apresenta 55,05 mortes e os
Estados Unidos, 54,18. O Brasil ocupa o 10º lugar no ranking. [ x ] O
especialista destacou, no entanto, que a comparação por índice
populacional traz maior assertividade quando feita no final da pandemia.
"É uma comparação limitada quando feita durante a progressão do surto. O
índice por população somente é útil para a comparação de índices
estáveis, como mortes por doenças crônicas. No caso de doenças agudas,
ele só permite uma comparação adequada após o término da pandemia",
afirmou.
O epidemiologista da USP Paulo Lotufo explica que a
comparação com outros países tem de ser feita com cautela por causa dos
momentos diferentes que cada um atravessa no enfrentamento da pandemia.
Enquanto na Europa as curvas apontam para uma queda significativa do
número de casos e mortes, o Brasil ainda enfrenta uma situação difícil,
com média de cerca de mil mortes registradas por dia. "Bélgica, Itália e
Suécia já retornaram à normalidade. Por outro lado, Brasil, Índia, EUA e
México têm movimento ascendente de mortes", exemplifica. "Por isso, não
dá para comparar", declarou. Na semana passada, a pandemia parecia dar
os primeiros indícios de desaceleração no Brasil. De acordo com dados do
centro de controle de epidemias do Imperial College London, a taxa de
contágio (Rt) no país foi de 0,98, número que indica para quantas
pessoas um paciente infectado consegue transmitir o novo coronavírus. O
dado significa que cem pessoas contaminadas contagiam outras 98 que, por
sua vez, passam a doença para outras 96 e assim sucessivamente. Nesta
semana, no entanto, o índice voltou para 1, o que indica que o momento
de desaceleração não se manteve por duas semanas seguidas. Conforme os
dados do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O
Globo, Extra, Folha e UOL, o Brasil registrou 1.215 mortes pela covid-19
em 24 horas, chegando ao total de 116.666 óbitos na noite de ontem. Com
isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de
950 óbitos, uma variação de -3% em relação aos dados registrados em 14
dias.
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