MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Nota de Salles expõe racha com ala militar e coloca sua permanência no governo em risco


Ministro
Ricardo Salles é um estorvo no governo e precisa sair
Bela Megale e Gustavo Maia
O Globo

A avaliação de integrantes do núcleo duro do governo Bolsonaro é que a nota divulgada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, coloca sua permanência no cargo em risco. Na sexta-feira, Salles emitiu um comunicado afirmando que, por falta de verbas, a pasta do Meio Ambiente vai paralisar todas as ações de combate ao desmatamento na Amazônia e no Pantanal a partir de segunda-feira (31).
A nota pegou os integrantes do governo de surpresa e acirrou ainda mais o clima ruim entre Salles e a ala militar. O ministro colocou o bode na sala ao afirmar que “o bloqueio atual de cerca de R$ 60 milhões de reais para IBAMA e ICMBIO foi decidido pela Secretaria de Governo/SEGOV e pela Casa Civil”, pastas comandadas por Luiz Eduardo Ramos e Braga Netto.
CANSADO DE APANHAR – A interlocutores, Salles mostrou que está cansado de “apanhar sozinho” nos assuntos da sua pasta. Há alguns meses ele confidenciou a pessoas próximas que vinha sendo “fritado” pela ala militar. Chegou-se a fazer uma tentativa de mudar o ministro de área na Esplanada, mas o presidente Bolsonaro quis mantê-lo à frente do Meio Ambiente.
A nota desta sexta-feira (28) revoltou os militares do governo e as articulações do alguns ministros pela saída de Salles ganharam força.
MOURÃO CRITICA SALLES – Chefe do Conselho Nacional da Amazônia, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou na noite desta sexta-feira que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, “se precipitou” ao anunciar, no fim da tarde, que todas as operações de combate ao desmatamento ilegal e queimadas na Amazônia Legal e no Pantanal serão suspensas a partir da próxima segunda-feira (31).
A pasta alegou o bloqueio de orçamento determinado pela Secretaria de Orçamento Federal de cerca de R$ 60,6 milhões para Ibama e ICMBio. Segundo Mourão, o valor não será bloqueado.
— O ministro se precipitou, pô. Precipitação do ministro Ricardo Salles. O que é que tá acontecendo? O governo está buscando recursos para poder pagar o auxílio emergencial, é isso que eu estou chegando à conclusão. Então, está tirando recursos de todos os ministérios. Cada ministério oferece aquilo que pode oferecer, né? Então, o ministro teve uma precipitação aí e não vai ser isso que vai acontecer, não vai ser bloqueado os R$ 60 milhões aí, entre Ibama e ICMBio, que são exatamente do combate ao desmatamento e a queimada ligada à area do ministério — declarou o vice-presidente, na saída do Palácio do Planalto.

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