Pedro do Coutto
Reportagem de Camila Mattoso, Mariana Carneiro e Natália Garcia, manchete principal da edição deste domingo da Folha de São Paulo, revela que o presidente Jair Bolsonaro e sua assessoria política montaram um roteiro de retomada e inaugurações de obras iniciadas pelos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.
O objetivo parece claro. Uma aproximação com os eleitores do PT, partido que por ele foi derrotado nas urnas de 2018. Política é assim.
APROXIMAÇÃO – Não há distanciamentos que não possam ser encurtados, como não existem aproximações que não possam ser desfeitas. É o caso típico do ministro Paulo Guedes, conforme o artigo de Elio Gaspari, publicado também domingo em O Globo e na Folha.
A aproximação entre Lula e Bolsonaro, a meu ver, ficou nítida a partir do momento em que o ex-presidente citou o exemplo de Cristina Kirchner na Argentina, quando ela retornou à política como vice de Alberto Fernandez. Escrevi na ocasião, dizendo que Lula lançou no ar uma proposta não muito cifrada de possível adesão a candidatura daquele que, no fundo, usou o PT como adversário ideal para conquistar votos.
REJEIÇÃO AO PT – E Bolsonaro sem dúvida conquistou esses votos, tanto assim que derrotou Fernando Haddad por 57% a 43%. Os governos do PT tiveram grande rejeição da maior parte do eleitorado, sobretudo em face da corrupção que devorou a Petrobras. Mas isso pertence ao passado, embora recente, mas sempre é passado.
Agora nos encontramos num amanhecer do futuro e a atuação do presidnte está se demonstrando bastante pragmática, na medida sobretudo em que foi buscar o apoio da antiga bancada característica do Centrão, que adota uma política fisiológica e clientelista que Bolsonaroatacou fortemente na campanha vitoriosa de 2018.
Tão fundos foram os reflexos que o candidato ao Planalto elegeu seus filhos com grande votação e também levou à vitória muitos estreantes que despertaram para a política surfando na onda de quem liderava a oposição no país.
GRANDE ELEITOR – Na realidade, indiretamente o PT transformou-se no grande eleitor de Bolsonaro. Não esqueçamos que as manifestações pelo impedimento de Dilma Rousseff incluíram um milhão de pessoas na Av. Paulista e 600 mil nas areias de Copacabana. Nenhum governo pode resistir a um protesto endossado por um milhão de pessoas, uma multidão verdadeiramente impressionante.
A reportagem da Folha de São Paulo relaciona todas as obras interrompidas de Lula e Dilma que serão retomadas por Bolsonaro. Vão criar a oportunidade que Bolsonaro deseja para citar nominalmente a autoria fixadas nos projetos de seus adversários de ontem. Caso de sensibilidade política. Aliás, sensibilidade que faltou ao ministro Paulo Guedes, considerado por Gaspari no rumo de se tornar o ex-ministro múltiplo da Economia, Fazenda, Trabalho e da Previdência Social.
Portanto, as surpresas na política são uma rotina que existe no próprio processo humano.
Reportagem de Camila Mattoso, Mariana Carneiro e Natália Garcia, manchete principal da edição deste domingo da Folha de São Paulo, revela que o presidente Jair Bolsonaro e sua assessoria política montaram um roteiro de retomada e inaugurações de obras iniciadas pelos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.
O objetivo parece claro. Uma aproximação com os eleitores do PT, partido que por ele foi derrotado nas urnas de 2018. Política é assim.
APROXIMAÇÃO – Não há distanciamentos que não possam ser encurtados, como não existem aproximações que não possam ser desfeitas. É o caso típico do ministro Paulo Guedes, conforme o artigo de Elio Gaspari, publicado também domingo em O Globo e na Folha.
A aproximação entre Lula e Bolsonaro, a meu ver, ficou nítida a partir do momento em que o ex-presidente citou o exemplo de Cristina Kirchner na Argentina, quando ela retornou à política como vice de Alberto Fernandez. Escrevi na ocasião, dizendo que Lula lançou no ar uma proposta não muito cifrada de possível adesão a candidatura daquele que, no fundo, usou o PT como adversário ideal para conquistar votos.
REJEIÇÃO AO PT – E Bolsonaro sem dúvida conquistou esses votos, tanto assim que derrotou Fernando Haddad por 57% a 43%. Os governos do PT tiveram grande rejeição da maior parte do eleitorado, sobretudo em face da corrupção que devorou a Petrobras. Mas isso pertence ao passado, embora recente, mas sempre é passado.
Agora nos encontramos num amanhecer do futuro e a atuação do presidnte está se demonstrando bastante pragmática, na medida sobretudo em que foi buscar o apoio da antiga bancada característica do Centrão, que adota uma política fisiológica e clientelista que Bolsonaroatacou fortemente na campanha vitoriosa de 2018.
Tão fundos foram os reflexos que o candidato ao Planalto elegeu seus filhos com grande votação e também levou à vitória muitos estreantes que despertaram para a política surfando na onda de quem liderava a oposição no país.
GRANDE ELEITOR – Na realidade, indiretamente o PT transformou-se no grande eleitor de Bolsonaro. Não esqueçamos que as manifestações pelo impedimento de Dilma Rousseff incluíram um milhão de pessoas na Av. Paulista e 600 mil nas areias de Copacabana. Nenhum governo pode resistir a um protesto endossado por um milhão de pessoas, uma multidão verdadeiramente impressionante.
A reportagem da Folha de São Paulo relaciona todas as obras interrompidas de Lula e Dilma que serão retomadas por Bolsonaro. Vão criar a oportunidade que Bolsonaro deseja para citar nominalmente a autoria fixadas nos projetos de seus adversários de ontem. Caso de sensibilidade política. Aliás, sensibilidade que faltou ao ministro Paulo Guedes, considerado por Gaspari no rumo de se tornar o ex-ministro múltiplo da Economia, Fazenda, Trabalho e da Previdência Social.
Portanto, as surpresas na política são uma rotina que existe no próprio processo humano.
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