Na Ucrânia, a Segunda Guerra Mundial só terminou em 1991, com a
proclamação da independência. Está agora a terminar na Bielorússia, onde
o povo se cansou do ditador comunista. Artigo de Pavlo Sadhoka para o Observador:
Eu, que nasci na Ucrânia durante a ocupação pela União Soviética, não
estranho a vontade do PCP em ignorar o perigo da pandemia e querer
realizar a Festa do Avante este ano. Até agora, os historiadores não
conseguiram chegar ao número certo de pessoas executadas pelo regime
soviético – são dezenas de milhares. E sem contar com as vítimas nos
países onde os russos ajudaram a fazer golpes de Estado em nome da
Revolução Internacional.
Os julgamentos de Nuremberga condenaram justamente os nazis e os
fascistas. Foi uma grande vitória do humanismo contra a ideia de que o
“bem comum” de uma nação pode ser superior ao valor da vida humana ou
aos direitos de outras nações ou raças. Foi uma vitória grande, mas não
completa. Os procuradores do Processo do Nuremberga esqueceram-se de
dizer que foi a União Soviética que ajudou as tropas de Hitler a
prepararem-se para a invasão europeia e que foram os soviéticos que
invadiram a Polónia no início da Segunda Guerra Mundial.
Para Estaline, esta guerra não foi libertadora, mas, na realidade,
invasora. Deu-lhe a oportunidade, não só de ocupar novos países do Leste
da Europa, mas também de realizar “limpezas” étnicas nos países que
pertenciam à USSR. Alguns exemplos: a deportação dos tártaros da
Crimeia, em 1944, a batalha pelo Kyiv, em que o general Vatutin mandou
atravessar o rio Dnipro, propositadamente no sítio mais difícil,
causando a morte a cerca de 200 mil soldados, sobretudo ucranianos. A
vida dos próprios soldados não preocupava os generais vermelhos.
O meu pai nasceu em 1936, numa aldeia no Oeste da Ucrânia. Ele
lembra-se da ocupação dos russos e dos alemães. Eram forças violentas e
nenhuma respeitava a vida humana. Para os ucranianos, a Segunda Guerra
Mundial só terminou, na realidade, em 1991, quando a Ucrânia proclamou a
independência.
A Segunda Guerra Mundial está agora a terminar na Bielorrússia, onde o povo se cansou do ditador comunista – Lukashenko.
Mas há mais países no mundo onde as ideologias marxistas continuam em
guerra com os seus próprios povos. Nesses países, a vida humana não
significa nada, não existem direitos, nem liberdade, e mata-se o outro
por ter uma opinião diferente. Enquanto o mundo não julgar os crimes
desta ideologia, como fizeram com o nazismo e o fascismo, a guerra
contra a vida humana vai continuar.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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