8 de Março - Mulheres ganham mais acesso à água e ao esgoto tratado após o Marco Legal do Saneamento
Mais de 3,5 milhões passaram a ter água tratada; acesso ao esgotamento sanitário cresceu 6,4% entre 2019 e 2023
A
implementação do Marco Legal do Saneamento, em 2020, vem trazendo
avanços significativos para o acesso de mulheres à água tratada e ao
esgotamento sanitário no Brasil. Entre 2019 e 2023, mais de 3,5 milhões
de mulheres passaram a residir em domicílios com abastecimento de água
potável, conforme aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNAD Contínua) de 2023, divulgada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). O avanço representa um crescimento de
3,8% no período.
De acordo com a Associação Brasileira das Concessionárias Privadas
de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON SINDCON), esse progresso
está diretamente relacionado à ampliação dos investimentos no setor.
“Desde 2020, com a nova legislação em vigor, foram realizados 57 leilões
que permitiram a expansão da infraestrutura de saneamento, beneficiando
especialmente as mulheres. Historicamente, a falta de saneamento
impacta de forma desproporcional a população feminina, afetando o
ambiente doméstico, a inclusão econômica e a participação social”,
destaca Christianne Dias, diretora-executiva da entidade.

Christianne Dias, Diretora Executiva da ABCON SINDCON
O acesso ao esgotamento sanitário também registrou avanço
expressivo. No mesmo período, 4,6 milhões de mulheres passaram a residir
em domicílios conectados a redes de esgoto, um crescimento de 6,4% no
total. A cobertura de coleta e tratamento de esgoto passou de 67% em
2019 para 69,1% em 2023, um aumento de 2,1 pontos percentuais.
Desafios persistem
Apesar dos avanços, os desafios na universalização do saneamento
ainda são grandes. Em 2023, aproximadamente 15 milhões de mulheres ainda
residiam em domicílios sem acesso à água encanada, o que representa
cerca de 14% da população feminina do país. A situação é mais crítica na
Região Norte, onde apenas 60,8% das mulheres têm acesso à rede de
abastecimento de água.
Em relação ao esgotamento sanitário, 69,1% das mulheres brasileiras
residiam em domicílios atendidos por redes de esgoto em 2023. No
entanto, cerca de 34 milhões de mulheres ainda viviam sem esse serviço
essencial, com a maior deficiência também registrada na Região Norte,
onde apenas 31,7% da população feminina contava com esse atendimento.
Impactos para a população feminina
O saneamento básico adequado é um fator essencial para a qualidade
de vida e a promoção da saúde, impactando especialmente a rotina das
mulheres. A falta de água potável e de esgotamento sanitário está
diretamente relacionada ao aumento da carga de trabalho doméstico, maior
incidência de doenças e a necessidade de deslocamentos diários para a
obtenção de água, expondo-as a riscos.
“Os avanços no saneamento trazem mais dignidade e bem-estar às mulheres. Sem água tratada e redes de esgoto, elas enfrentam condições de maior vulnerabilidade, comprometendo sua saúde e limitações no acesso ao mercado de trabalho e à educação”, conclui Christianne Dias.
A expansão dos serviços de saneamento, impulsionada pelo Marco Legal do Saneamento, é fundamental para reduzir essas desigualdades e garantir condições mais justas e seguras para a população feminina em todo o Brasil.

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Andrezza Oliveira
andrezza@agenciaemfoco.com.br
(11) 99599-4955
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