Tratando
de temas íntimos, como reconhecimento das próprias inseguranças, a obra
também aborda questões de aceitação e visibilidade de pessoas
LGBTQIAPN+.
A escritora e produtora multimídia Juliana Polippo levará seu romance de estreia, "Te Procurei, Mulher" (Editora Madrepérola) para a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2024. A autora fará o lançamento da obra na
Casa Gueto (Rua Benedito Telmo Coupê, nº 277) durante o evento, que
ocorre entre os dias 09 e 13 de outubro na cidade de Paraty, no litoral
do Rio de Janeiro.
"Te Procurei, Mulher"
mergulha em temas íntimos, complexos e intimistas. A jornada de
autodescoberta mergulha e transpassa as próprias inseguranças da autora.
A obra narra a história de Luci Pacheco, uma mulher que não tem medo de
ser quem realmente se é, mesmo que isso signifique ir contra as
expectativas da sociedade. "A autenticidade de Luci é um ato de rebeldia
e coragem, e o livro convida os leitores a se questionarem sobre temas
cotidianos, que perpassam os duelos que travamos por determinadas
crenças e valores que estão arraigadas em nossa sociedade", explica a
autora.
Outro
tema central da obra é a importância da reflexão. Por conta da
narrativa fluida, é quase como se estivéssemos a ouvir a voz de cabeça
de Luci. A personagem possui um traço de personalidade pensante, e se
debruça a entender as emoções que as experiências que está a vivenciar
lhe causam, utilizando a introspecção como ferramenta de crescimento. A
narrativa destaca a importância de reservar momentos para analisar sobre
as próprias vivências e decisões, promovendo uma vida mais consciente e
satisfatória.
O
livro também se destaca pela representatividade LGBTQIAPN+, já que a
protagonista é uma mulher lésbica que vive o drama de nunca ter sido
assumida pela pessoa que amava. "Te Procurei, Mulher"
não só celebra a diversidade, como também ilumina as complexas
dinâmicas afetivas e sociais que permeiam as relações homoafetivas,
trazendo à tona questões de aceitação, visibilidade e resistência.
A
experiência da autora como artista visual se reflete na maneira como
constrói a subjetividade das personagens e explora os processos mentais
que as conduzem ao longo da narrativa. Com uma escrita carregada de
introspecção, Juliana dá voz a uma personagem que representa as lutas e
os triunfos de muitas mulheres na busca por si mesmas.
Juliana
conta que a ideia da história surgiu após encontrar a foto de uma
desconhecida na Feira da Glória, no Rio de Janeiro: "Levei a imagem na
mala durante uma viagem que fiz pelo Brasil. Em Cuiabá, na casa de uma
amiga de longa data, começamos a criar uma história, em que cada uma
complementava o que a outra havia escrito após minutos cronometrados no
celular".
Influenciada
por nomes como Ana Cristina César, Clarice Lispector, Valter Hugo Mãe,
Paulo Leminski e Diane Di Prima, a autora revela que a escrita foi
motivada pelo desejo de explorar a jornada de autodescoberta de uma
personagem que, apesar de ter tudo, se sente frustrada e incompleta.
"Escrever 'Te Procurei, Mulher' me impactou profundamente. Foi um grande
exercício me questionar e me investigar, assim como a protagonista faz
ao longo da narrativa", afirma.
Sobre a autora
Juliana
Polippo, 37 anos, nasceu em Campo Grande (MS) e viveu em diversas
cidades do Brasil, além de passar períodos de estudo na Europa.
Atualmente, reside em Florianópolis (SC). Formada em Produção Multimídia
pela Universidade Santa Cecília e com especialização em Fotografia pela
Universidade Estadual de Londrina, a autora também possui passagem pelo
mestrado em Multimédia pela Universidade do Porto. Sua dissertação
abordou temas relacionados à cibercultura, imagem e percepção, áreas que
continuam a influenciar seu trabalho artístico e literário.
Ao
longo de sua carreira, foi premiada por diversos curtas-metragens e
fotografias, consolidando-se como uma produtora multimídia e artista
visual de destaque. Ganhou reconhecimento nas edições da Mostra de
Videopoema do Londrix – Festival Literário de Londrina, além de
participar de publicações e exposições com suas poesias visuais e
fotomontagens.
Juliana
também colaborou com o livro "Partilha de Reflexões sobre as Artes, a
Luta, os Saberes e os Sabores da Comunidade Quilombola de Conceição das
Crioulas" (2017), escreveu o prefácio para "Porções Botânicas do
Asfalto" (2016) e ilustrou com fotomontagens o livro "Animais Floridos,
em Belo Horizonte" (2016), ambos colaborando com Vinicius Lima.
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