Médico clínico sexologista e terapeuta sexual João Borzino também falou sobre a média de atividade sexual dos brasileiros
Recentemente,
Nicolas Prattes viralizou ao dizer que transa 50 vezes por semana com a
namorada Sabrina Sato. Ele não foi o primeiro famoso. Naldo já disse
que transava 37 vezes por semana e Deborah Secco dez vezes ao dia. Mas
seria um número considerado normal?
"A
média de atividade sexual dos brasileiros varia de acordo com
diferentes estudos e pesquisas, mas uma referência comum é a pesquisa
"Global Sex Survey" realizada pela Durex. De acordo com a pesquisa mais
recente (2017), os brasileiros têm em média 2,7 relações sexuais por
semana, o que posiciona o Brasil entre os países com maior frequência
sexual", diz o Médico clínico sexologista e terapeuta sexual João
Borzino.
Ele falou sobre o ranking:
"1 Grécia: Os gregos geralmente lideram a lista, com uma média de 164 relações sexuais por ano (cerca de 3 vezes por semana).
2 Brasil:
Os brasileiros também estão entre os mais ativos sexualmente, com uma
média de 2,7 vezes por semana, o que se traduz em aproximadamente 140
vezes por ano.
3 Rússia: Os russos também têm uma frequência sexual relativamente alta, com uma média de cerca de 143 vezes por ano.
4 Estados Unidos: A média nos Estados Unidos gira em torno de 1,2 vezes por semana, ou seja, aproximadamente 62 vezes por ano.
5 Japão: No Japão, a frequência tende a ser mais baixa, com uma média de apenas 45 vezes por ano (menos de uma vez por semana)".
O
médico destaca que além disso, outros estudos revelam que fatores como a
idade, a qualidade do relacionamento e o nível de saúde física e mental
também podem influenciar essa média.
"Além
da frequência, é importante destacar que a qualidade da vida sexual e a
satisfação emocional são aspectos fundamentais para a saúde do
relacionamento. A comunicação aberta entre parceiros é essencial para
manter uma vida sexual saudável e satisfatória.
Como
podem observar, a média dessas personalidades está muito além da geral.
Mas como podemos analisar se está dentro da normalidade?", começa
"Vejamos
o que a literatura nos pontua:“ satirismo refere-se à hiperatividade
sexual masculina, ou seja, um desejo sexual extremamente elevado e
persistente nos homens. Ele é o equivalente masculino da ninfomania, que
se aplica às mulheres. O satirismo pode se manifestar em uma
necessidade compulsiva por atividades sexuais, que pode interferir nas
atividades diárias, relacionamentos e saúde mental.
O
satirismo não é oficialmente reconhecido como um distúrbio separado em
muitos manuais de diagnóstico psiquiátrico, como o DSM-5 (Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). No entanto, é
considerado um sintoma de problemas mais amplos, como o transtorno de
hipersexualidade ou comportamentos sexuais compulsivos.
É
importante diferenciar um desejo sexual saudável e ativo de um
comportamento que é compulsivo ou prejudicial. Pessoas que acreditam que
estão passando por esse tipo de situação devem procurar orientação de
um profissional de saúde mental", completa.
Ele
pontua que são médias diárias ou mensais que chegam a números que
ultrapassam as relações anuais da maioria. Em outras palavras, essa
quantidade fora da curva remete a um comportamento compulsivo".
Dr. João explica o que é a compulsividade que pode estar ligada a uma atividade sexual muito alta.
“A
compulsividade refere-se a um comportamento repetitivo e irresistível,
que uma pessoa sente a necessidade de realizar, mesmo que isso possa ser
prejudicial ou desnecessário. Essa compulsão está frequentemente
associada a ansiedade e, muitas vezes, é realizada para aliviar o
desconforto emocional. As compulsões podem envolver várias áreas da
vida, como alimentação, jogo, compras, sexo ou rituais obsessivos.
Alguns exemplos de transtornos relacionados à compulsividade incluem:
1.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Caracterizado por obsessões
(pensamentos intrusivos e recorrentes) e compulsões (comportamentos
repetitivos realizados para aliviar o estresse causado pelas obsessões).
2.
Compulsão Alimentar: Um transtorno alimentar em que a pessoa sente a
necessidade de comer em excesso, muitas vezes em um curto período de
tempo, sem controle, mesmo quando não está com fome.
3.
Compulsão por Compras: A pessoa sente uma necessidade constante de
fazer compras, mesmo quando não precisa dos itens ou está ciente das
consequências financeiras.
4.
Compulsão Sexual: Um comportamento sexual excessivo e repetitivo que a
pessoa não consegue controlar, muitas vezes prejudicando sua vida
social, emocional e profissional.
A
compulsividade, em geral, está associada a distúrbios de saúde mental e
pode ter um impacto negativo significativo na vida de uma pessoa. O
tratamento pode incluir terapia cognitivo-comportamental (TCC),
psicoterapia e, em alguns casos, medicação. Procurar ajuda profissional é
fundamental para o manejo adequado desses comportamentos.”
Ele
afirma que pode ser prejudicial sim, pois algo que se mostra tão
insaciável traduz a tentativa de aliviar um sofrimento emocional. As
consequências vem como prejuízo da saúde mental e relacional, física por
trazer rico de gravidez indesejada, transmissão de ISTs, violência
psíquica e física por traição, submissão e até abuso sexual"
Borzino diz que prejuízos financeiros também estão envolvidos. E elencou os exemplos:
"1.
Gastos com Serviços Sexuais: Indivíduos com compulsão sexual podem
gastar grandes quantias de dinheiro em serviços como prostituição,
acompanhantes ou pornografia paga, muitas vezes comprometendo suas
economias ou endividando-se.
2.
Assinaturas e Conteúdo Online: O acesso a conteúdos pornográficos
pagos, salas de bate-papo eróticas, webcams, e aplicativos pode resultar
em despesas recorrentes.
3.
Viagens e Presentes: Muitos acabam investindo em viagens ou presentes
caros na tentativa de satisfazer seus impulsos sexuais, especialmente em
casos de múltiplos parceiros ou encontros.
4.
Processos Legais: A compulsão sexual pode levar a comportamentos que
resultam em consequências legais, como processos por assédio, divórcios
custosos ou acordos legais, o que também afeta diretamente a situação
financeira.
5.
Perda de Emprego: O comportamento compulsivo pode interferir no
desempenho profissional, levando à perda de produtividade, faltas
frequentes ou até demissão, impactando negativamente as finanças da
pessoa".
Segundo o médico, a solução está no identificação, tratamento e gerenciamento de quem sofre de compulsão sexual.
"Para
aqueles que sofrem de compulsão sexual e enfrentam problemas
financeiros e sofrimento afetivo/relacionamental, é crucial procurar
ajuda. Terapias, como a cognitivo-comportamental (TCC), são eficazes
para tratar o transtorno, ajudando a pessoa a identificar e modificar os
comportamentos compulsivos. Grupos de apoio e, em alguns casos,
medicamentos podem ser recomendados.
Buscar
orientação de um terapeuta sexual especializado capacitado em
tratamento de vícios e gerenciamento financeiro também pode ser
essencial para ajudar a pessoa a recuperar o controle sobre suas
finanças e sua vida pessoal'.
Ainda
de acordo com ele, a frequência ideal está diretamente relacionada à
qualidade e não a quantidade. "Um par que tem um relacionamento
saudável, terá predisposição a um bom proveito e gratificação com a
intimidade. Lembremos que a sexualidade é um componente da energia vital
do ser humano. Portanto, na qualidade de apetência, é fundamental que o
estado emocional e afetivo de cada um esteja em equilíbrio para que a
função sexual ande bem. A mesma coisa acontece com as demais apetências
como fome ( apetite), sono, sede, necessidade de sociabilização entre
outras. Quando o indivíduo se desequilibra emocionalmente ( seja por
ansiedade, tristeza, angústia e etc), tudo tende a ficar fora do
“prumo”: insônia, obesidade, anorexia, estafa e distúrbios sexuais
acontecem"
.
Para
manter a saúde mental é necessário incentivar o autoconhecimento,
pontua João Borzino. "Só assim o ser humano vai encontrar o equilíbrio:
reconhecendo seu lugar no mundo por respeitar suas
apetências/necessidades inatas, atingindo assim o equilíbrio afetivo
necessário alimentado pela verdadeira gratificação com a vida. Falo da
VIDA REAL, e não da ilusão sobre uma vida ideal que vive a imensa
maioria."
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