Especialistas citam 7 estratégias para viajar com mais tranquilidade
Segundo
uma pesquisa do Instituto Real Time Big Data, 65% dos brasileiros têm
medo de viajar de avião, sendo que 51% passaram a ter medo após alguma
experiência traumática. A boa notícia é que 81% dos entrevistados
disseram enfrentar o medo para viajar com a família.
“Na
realidade, viajar de avião pode gerar uma excitação e um nervosismo que
são comuns para muitas pessoas. O importante é saber distinguir a
ansiedade normal do medo irracional, que é a fobia”, afirma Danielle H. Admoni,
psiquiatra geral, pesquisadora e supervisora na residência de
Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM), e
especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).
A psicóloga Monica Machado, fundadora da Clínica Ame.C
e pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e
Pesquisa do Hospital Albert Einstein; afirma que pessoas com aerofobia
(ou aviofobia) costumam apresentar sudorese excessiva, náuseas,
dificuldade para respirar, tremores, aumento do ritmo cardíaco,
irritação, tontura, dentre outras manifestações físicas e emocionais.
“O
ideal é ter um acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico para tratar
a fobia, pois é muito difícil se livrar dela sem ajuda profissional.
Entretanto, se você está prestes a embarcar, há formas de minimizar
estes sintomas”, diz a host do podcast Ame.Cast.
7 estratégias para viajar com mais tranquilidade
Planeje-se com antecedência:
Opte pelo voo noturno, pois as chances de você dormir num horário que
está acostumado são maiores. Três dias antes da viagem, separe
passagens, documentos, passaporte (se for o caso), dinheiro, cartões,
entre outros itens fundamentais. Guarde tudo junto em um lugar fácil de
lembrar.
“Em
relação às malas, o ideal é fazer no dia anterior à viagem, para ter
certeza de colocar tudo o que precisa. Se você se antecipar demais e
deixar as malas prontas uma semana antes, poderá ficar na angústia,
pensando se esqueceu de alguma coisa”, afirma Monica Machado.
Antecipe-se no dia da viagem:
Para voos nacionais, vá ao aeroporto com duas horas de antecedência. Em
voos internacionais, saia três horas antes. Assim que chegar, já
resolva todos os processos burocráticos e fique livre para se distrair
no aeroporto. “Desta forma, seus níveis de adrenalina ficam mais baixos,
o que significa menos ansiedade”, reforça Danielle Admoni.
Use roupas confortáveis:
Esse é um momento para focar no seu conforto, não na vaidade. Aposte em
peças que não te apertam ou pinicam. Nos pés, o ideal seria usar um
tênis bem confortável. Lembre-se também de levar um agasalho, já que a
temperatura interna do avião é sempre fria.
Trabalhe a respiração:
Dependendo do nível de ansiedade, a respiração fica mais superficial,
com aumento da frequência e diminuição da profundidade. Isso altera o
tônus muscular da cadeia respiratória, responsável por várias reações do
corpo ao estresse.
Segundo
a psicóloga, ao praticar a respiração de forma correta, é possível
regular o sistema nervoso e diminuir os sintomas físicos e emocionais.
“Uma das técnicas é a chamada respiração quadrada, que requer uma pausa
de quatro segundos a cada respiração e inspiração. Inspire lentamente
pelo nariz contando até quatro, pause por 4 segundos, expire pela boca
contando até quatro e pause por mais 4 segundos”.
Evite se automedicar:
Um dos maiores problemas em tomar ansiolítico ou medicamento para
dormir por conta própria é o erro na dosagem. Além de poder causar
intoxicação, doses muito altas podem gerar uma sonolência tão grande a
ponto de você dormir a viagem toda (ou boa parte dela).
Em
percursos mais longos, o sono contínuo impede que a pessoa se levante e
mexa as pernas, aumentando o risco de trombose venosa profunda ou até
de uma embolia pulmonar. “Portanto, se tiver intenção de tomar algum
remédio, fale com seu médico antes. Cabe a ele prescrever a dose
indicada para o seu quadro, de acordo com sua idade, peso, presença ou
não de outras patologias”, frisa Danielle Admoni.
Evite bebidas alcóolicas:
Segundo a psiquiatra, quando a pessoa bebe, se sente relaxada, já que
sua percepção diminui. “No entanto, por ser um depressor do sistema
nervoso central, o álcool reduz os níveis de serotonina no cérebro, um
dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar.
Sendo assim, beber durante o voo pode agravar a ansiedade”.
Além
disso, o efeito do álcool é potencializado devido à altitude do avião.
Isso ocorre por conta da menor pressão atmosférica, resultando em menos
oxigênio no ar. “Só pelo fato de haver menor oxigenação no ar, o consumo
de álcool pode causar hipóxia, um conjunto de sintomas como mal-estar e
tontura. Ou seja, mais uma razão para não beber no voo”.
Distraia-se e interaja:
Ouça sua playlist favorita, leia um livro, assista a um filme ou uma
série, jogue no celular. Qualquer atividade é válida para te distrair e
fazer o tempo passar mais rápido.
“Uma
dica importante é interagir com outras pessoas. Converse com seus
companheiros de voo, caminhe pelo avião, puxe papo com os comissários de
bordo, inclusive para contar sobre seu medo. Estes profissionais são
preparados e logo vão dar um jeito de te entreter. O mais importante é
perceber seu esforço para atenuar a ansiedade e notar o que está dando
certo”, finaliza a psicóloga Monica Machado.
Informações à imprensa
FGR Assessoria de Comunicação
Flávia Vargas Ghiurghi
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