MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 23 de junho de 2024

Apesar de menor queda do IDH na pandemia, Nordeste segue com menores índices do país

 


Impacto da crise sanitária foi analisado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Veja a matéria completa

Reportagem: Thiago Aquino


Os estados de Alagoas e Sergipe foram os que menos sofreram no Brasil com a queda do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) durante a pandemia da Covid-19, quando foi registrada redução em todos os estados do país, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano. Outros estados nordestinos também aparecem entre os que tiveram menor queda do índice. Apesar disso, Alagoas e Maranhão seguem nos últimos lugares e apresentam menor IDH do país. 


O impacto da crise sanitária foi analisado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e divulgado no relatório “Construir caminhos, pactuando novos horizontes”. A Agência Tatu analisou a série histórica de 10 anos do Índice e o cenário de antes e depois da pandemia de Covid-19. 


Entre 2019 e 2021, Alagoas e Sergipe passaram respectivamente de 0,687 e 0,705 para 0,684 e 0,702 com redução de 0,4%. Na sequência aparecem o Ceará com recuo de 1,3% e o Rio Grande do Norte com menos 1,9% no índice. Entre os estados com menos perda do IDH no país, sete são nordestinos, incluindo também a Paraíba, Piauí e Maranhão. Confira os dados dos demais estados no gráfico abaixo:


Perda de IDH no Brasil durante pandemia da Covid-19

Alagoas e Sergipe foram os estados que menos sofreram recuo dos indicadores

No Índice de Desenvolvimento Humano, o indicador varia de zero a um. Quanto mais próximo de um, maior o nível de desenvolvimento humano. As maiores perdas do desenvolvimento humano foram registradas em Roraima (reduziu 6,7%) e Amapá (reduziu 6,6%), na região Norte. 


Atuação na pandemia


O relatório do Pnud cita que a atuação dos estados nordestinos no enfrentamento à Covid-19. “Tal esforço colaborativo e de inovação proporcionou o fortalecimento e a articulação regional de forma a somar possibilidades de governança compartilhada, capazes de produzir inúmeras inovações – melhorando as capacidades e capacitações dos estados”, diz o documento em sua conclusão, mencionando o Consórcio Nordeste. 


Nordeste segue com menor IDH


Apesar de ter menos impacto socioeconômico durante a pandemia, os estados nordestinos seguem com os menores índices em comparação aos demais estados do país. Em 2021, o Maranhão ficou em último lugar no ranking, com 0,676, enquanto Alagoas com o segundo pior IDH do Brasil (0,684). Desde 2012 os dois estados sofrem variações entre as últimas colocações. Confira os dados do IDHM entre 2012 e 2021 no mapa abaixo.


IDH em 2021

Os estados do Nordeste têm os menores indicadores de desenvolvimento

A cientista política Luciana Santana pontua que ter menor queda de IDH durante a pandemia não é exatamente motivo para comemoração. “Sofrer menos redução diz pouco dentro de um contexto que já é muito precário. No caso de Alagoas, por exemplo, o IDH já é problemático sendo o segundo pior do país. Essa menor redução entre os demais estados pode indicar que esteja no início de um processo de mudança, mas não significa muito”, avalia a cientista.


Luciana também aponta que vários fatores impedem o crescimento do índice. “Faltam políticas públicas estruturais, que toquem efetivamente nos problemas. O IDH é formado por vários indicadores, então não adianta investir só na educação se não investir em saúde e saneamento. É necessário que as políticas sejam integradas e a mudança vai demandar um tempo para mostrar os resultados”, acrescenta Luciana. 


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