Marco Regulatório do Fomento à Cultura é sancionado pelo presidente Lula O
instrumento visa democratizar o acesso às políticas públicas culturais,
ampliando a participação de agentes das periferias e comunidades
tradicionais Um
dia histórico para o setor cultural brasileiro: nesta quinta-feira
(27), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou o
Projeto de Lei (PL n.º 3.905/2021), que estabelece o Marco Regulatório
do Fomento à Cultura. Esta legislação introduz regras e instrumentos
mais eficientes para os gestores públicos, além de democratizar o acesso
às políticas culturais, especialmente para agentes das periferias e das
culturas tradicionais, negras e indígenas.
A
assinatura ocorreu durante a terceira Reunião Plenária do Conselhão
(Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável - CDESS) no
Palácio Itamaraty, em Brasília. O presidente Lula parabenizou o trabalho
do Conselhão, dos ministros e dos grupos de trabalho: “Temos um Governo
que representa a sociedade civil nas suas mais diferentes matizes e
pensamentos para tentar apresentar propostas e solucionar problemas que
muitas vezes o Governo sozinho não consegue resolver”, disse.
Impacto da nova legislação
A
ministra da Cultura, Margareth Menezes, celebrou a aprovação: “É um dia
de celebração para a cultura! O Marco Regulatório de Fomento à Cultura é
um divisor de águas para a gestão cultural e para as políticas públicas
da cultura; um grande passo para garantir que o fomento tenha um acesso
pleno, um marco democrático e inclusivo para os brasileiros e
brasileiras.” Ela destacou que o Marco corrige históricas deficiências
no setor cultural, permitindo melhor administração, fiscalização e
regulação.
Roberta Martins,
secretária dos Comitês de Cultura do MinC, comentou: "O Marco
Regulatório de Fomento à Cultura inicia um novo tempo para o setor
cultural, de reconhecimento das especificidades do setor. A legislação
estabelece diretrizes claras e transparentes para a distribuição de
recursos, garantindo que as políticas culturais alcancem de forma
equitativa todas as regiões do país, valorizando a diversidade e a
riqueza de nossa produção artística."
Mudanças: inclusão e democratização
O
Marco Regulatório visa organizar as regras das políticas de fomento de
forma técnica, jurídica e democrática, removendo obstáculos e reduzindo
as desigualdades de acesso às políticas culturais. Cristina Assunção,
membro do CDESS e fundadora do Coletivo Slam da Guilhermina, afirmou:
“Esperamos conjugar o Marco à criação do nosso grupo de trabalho, que
ele possibilite a transferência de recursos para a personalidade física e
não somente jurídica e assim garantir que os recursos cheguem aos mais
necessitados. Essas pessoas precisam receber essas políticas públicas
desburocratizadas", disse.
Entre
as mudanças, o projeto retira a Lei 14.133, de 2021 (Nova Lei de
Licitações e Contratos da Administração Pública) do setor cultural,
permitindo que a União implemente políticas públicas culturais por meio
de regimes específicos. O marco também autoriza o Distrito Federal,
estados e municípios a desenvolverem suas políticas culturais de forma
independente, respeitando as particularidades de cada região.
Além
disso, o texto estabelece mecanismos para atrair recursos privados sem
incentivos fiscais, visando fortalecer o financiamento da cultura. Ele
também permite que agentes culturais já beneficiados por políticas
públicas de fomento busquem recursos privados mediante estratégias como a
venda de ingressos ou campanhas de financiamento coletivo.
Preservação das leis existentes
O
Marco da Cultura não elimina leis já existentes, como a Lei Rouanet, a
Lei Cultura Viva, a Lei do Audiovisual e as Leis de Fomento dos estados e
municípios. No entanto, a modernização dos procedimentos pode inspirar a
revisão dessas leis, visando maior efetividade no fomento cultural.
Histórico do projeto
O
Projeto de Lei do Marco Regulatório do Fomento à Cultura foi criado na
Câmara dos Deputados, em 2021, pela deputada Áurea Carolina. No Senado,
passou pela Comissão de Educação e Cultura, sob relatoria da senadora
Teresa Leitão, sendo aprovado por unanimidade em 21 de maio de 2024 e em
votação simbólica no plenário. |
Outras informações Nathalia Neves (61) 98354-4841 imprensa.minc@cultura.gov.br |
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