Rio de Janeiro, 15 de maio de 2024 - A Federação Única dos Petroleiros (FUP) ressalta a necessidade de a Petrobrás seguir cumprindo o programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo um agente do desenvolvimento econômico e social do país, indutora de emprego e renda.
A FUP espera que o relacionamento construtivo desenvolvido ao longo de um ano e três meses da presidência de Jean Paul Prates seja mantido na gestão de Magda Chambriard, em favor do fortalecimento da Petrobrás, do crescimento do Brasil e do diálogo com os trabalhadores.
“As ideias de Magda Chambriard, especialista da área, coadunam com as da FUP em relação ao fortalecimento da indústria naval nacional, conteúdo local, ampliação do parque de refino”, avalia Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.
“Esperamos
que a nova presidente ajude a cumprir o programa do presidente Lula,
enfrentando os desafios que há junto ao mercado e a uma parte da
corporação da Petrobrás, que joga contra a implementação desse programa
que foi aprovado pela população nas urnas”, reforça.
Ele
destaca também a necessidade de atenção à agenda interna da categoria
petroleira - que vinha sendo tocada pela atual administração -, relativa
à solução de problemas estruturantes do plano de previdência e do plano
de saúde, com descontos atuais de até 100% do salário dos trabalhadores
da ativa e aposentados, além de outros temas da categoria , como o novo
plano de cargo e salário e reposição de efetivo.
“Na
gestão de Prates, a relação com o movimento sindical e os trabalhadores
melhorou infinitamente, com a reconquista de parte de direitos perdidos
ao longo dos últimos anos em negociações coletivas. Houve a mudança da
política de Preço de Paridade de Importação (PPI), avanços no capítulo
de energia, que ajudamos a construir e a diagnosticar durante a equipe
de transição do governo Lula, da qual Prates fez parte no comando do
subgrupo de petróleo e gás”, ressalta Bacelar.
Segundo
ele, no entanto, alguns pontos precisam avançar, como o apoio à
indústria naval, com a retomada de encomendas da Petrobrás no Brasil, e
também ações do governo, como o aumento do índice de conteúdo local,
queda nas taxas de financiamento ao setor com a atuação de bancos
públicos e recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM). “Uma agenda de
trabalho com grande potencial de geração de emprego e renda
rapidamente”, afirma ele, defendendo ainda a necessidade de conter o
alto índice de afretamento de plataformas, e estimular a construção de
plataformas e navios próprios da Petrobrás.
Para a FUP, também são necessários avanços nas obras de expansão da refinaria Abreu e Lima (Rnest/ PE), Gaslub, (RJ), reabertura das fábricas de fertilizantes, como a Fafen do Paraná, e conclusão da fábrica de Mato Grosso do Sul. “Os prazos para a conclusão dessas obras estão muito distantes, 2028 e 2029. O que justifica uma refinaria que falta apenas 30% para ser concluída, como a Rnest, inaugurar só em 2028?”, indaga ele.
A FUP aplaude a criação da diretoria de transição energética da Petrobrás na gestão de Prates, mas não poupa críticas ao fato de a nova estrutura não ter apresentado nenhum projeto robusto proporcional ao tamanho a empresa, como, por exemplo, a produção de energias solar e eólica e de combustíveis verdes. “Essa paralisia ocorreu por conta de o atual diretor da área ter colocado abaixo dele gerentes executivos que discordam do programa de governo do presidente Lula e, com isso, emperram iniciativas”, diz ele.
“A
Petrobrás tem potencial de ser pioneira mundial no desenvolvimento de
tecnologia verde, gerando empregos no Brasil. Mas tem gente na gestão da
empresa que não quer que a Petrobrás invista em transição energética,
que não concorda com o projeto do governo. Essas pessoas não deveriam
estar na administração da empresa”, frisa.
Em seu entender, algumas diretorias da Petrobrás cumpriram bem o seu papel, outras não. “Elogios e críticas precisam ser feitos: Prates foi quem mais travou lutas contra a privatização das estatais, em parceria com os petroleiros. Foi presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobrás, esteve junto em grandes ações judiciais, foi contra o acordo entre o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a Petrobrás que chancelou a privatização de refinarias, foi contra o PPI”.
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