Por
meio do programa Reurb, milhares de famílias podem ser inseridas no
ecossistema financeiro, gerando inclusão e novos negócios para a
economia
A
Lei nº 13.465, que estabeleceu o programa Reurb no Brasil, completa
sete anos em 2024, mas ainda não foi completamente implementada. Seu
potencial é enorme, já que mais de 50% dos imóveis no país não estão
regularizados. Os dados foram apresentados durante o 1º Seminário de
Regularização Fundiária – Fazendo Reurb, promovido em 24 de maio no Rio
de Janeiro pelo Instituto de Regularização Fundiária (IBRF), no Palácio
Tiradentes.
A
Regularização Fundiária Urbana (REURB) é o procedimento por meio do
qual se garante o direito à moradia daqueles que residem em
assentamentos informais localizados nas áreas urbanas. O programa, que é
lei federal mas depende de esforços municipais para ser implementado,
consiste no conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e
sociais destinadas à incorporação desses assentamentos informais ao
ordenamento territorial urbano e à titulação de seus ocupantes,
garantindo o direito à moradia digna e à segurança jurídica da posse dos
imóveis.
Além
de promover a inclusão social e devolver a cidadania às pessoas que
moram em habitações irregulares, a Reurb ainda incrementa receita às
prefeituras e pode se tornar um potente programa de microcrédito. “Com a
propriedade regularizada, as pessoas poderão ter acesso ao crédito
mediante a garantia de seus imóveis regularizados. Significa incluir
essa grande massa populacional brasileira no ecossistema financeiro,
criando uma nova política de microcrédito no Brasil”, destaca João
Roberto Leitão de Albuquerque Melo, CEO do Albuquerque Melo Advogados,
advogado que atua há 20 anos na área do Direito Bancário, incluindo o
microcrédito imobiliário.
Jéssica Laroca, especialista em Reurb e coordenadora do IBRF,
ressalta o bom exemplo da cidade de Carvalhos (MG), onde o programa
avança a passos largos. “Traz consigo infraestrutura básica a locais
onde antes não havia nem ao menos energia elétrica, calçamento e água de
qualidade. Sem contar o sentimento de pertencimento e o direito à
propriedade”.
Outras vantagens
Além
de abrir uma nova janela de oportunidades para o microcrédito, a
regularização garante que o loteamento seja integrado à planta oficial
da cidade em que se encontra, levando infraestrutura, ruas
oficializadas, nomeadas e com CEP. Comerciantes e prestadores de
serviços ganham a possibilidade de formalizar seus respectivos negócios,
além de haver uma valorização dos imóveis e a possibilidade de as
famílias poderem transmiti-los por herança. Facilita ainda a obtenção de
financiamentos para melhoria dos imóveis, promove a integração social e
a geração de emprego e renda e garante a efetivação da função social da
propriedade.
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