Dr. Carlos Nobre e Christiana Figueres se juntam à ex-presidente Mary Robinson, ao ex-presidente Juan Manuel Santos, Xiye Bastida, Ayisha Siddiqa, Naoko Ishii, Robert Redford, Sylvia Earle, David Suzuki, Jane Goodall, Farwiza Farhan e outros Guardiões Planetários convidando governos, a ONU e os multilaterais a se comprometerem com uma abordagem global para restaurar a estabilidade da Terra
Brasil
- Hoje, os Guardiões Planetários, um coletivo global independente
comprometido com a elevação da ciência dos Limites Planetários, anunciou
que Dr. Carlos Nobre e Christiana Figueres se uniram aos Guardiões
Planetários. Durante o evento, um grupo de cientistas indígenas
extraordinários também foi homenageado. O evento ocorreu no AYA Hub,
sede da AYA Earth Partners, o primeiro e maior ecossistema dedicado a
acelerar a economia regenerativa e de baixo carbono do Brasil.
“Estamos
profundamente entristecidos pelas terríveis inundações que devastaram o
estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Nossos corações estão com todos
aqueles que perderam entes queridos e que foram forçados a abandonar
suas casas. A atual crise planetária causada pelo homem precisa estar no
topo da agenda de todos os líderes globais para impedir eventos
climáticos e meteorológicos extremos que estão causando imenso
sofrimento, especialmente para os Povos Indígenas e as comunidades mais
vulneráveis. Isso sempre traz mais urgência às ações e, como Guardiões
Planetários, estamos comprometidos em agir”, conta Hindou Oumarou Ibrahim, Presidente dos Guardiões Planetários.
O
Guardiões Planetários foi criado para ajudar a resolver a urgência
deste momento. Este coletivo diverso e global está comprometido em ouvir
a ciência, a sabedoria dos Povos Indígenas e o planeta para elevar os
Limites Planetários como uma medida e um quadro operacional para o
mundo.
O cientista mundialmente renomado e Prêmio Nobel, Dr. Carlos Nobre dedicou sua vida a pesquisar a Amazônia (veja abaixo mais informações). Christiana Figueres
tem uma experiência sem precedentes colaborando entre setores para
proteger o planeta e a humanidade, como no Acordo de Paris, no qual ela
teve um papel integral (veja abaixo para mais informações). Durante o
evento que aconteceu nesta sexta-feira (24/5), Dr. Carlos e Christiana
foram anunciados como os dois novos membros do coletivo global The
Planetary Guardians. Dr Carlos, como o primeiro brasileiro a fazer
parte.
O evento “Celebrando Cientistas Brasileiros” também homenageou o trabalho de Cientistas Indígenas: Braulina Baniwa, ativista pelos direitos das Mulheres Indígenas e mestranda em Antropologia Social na Universidade de Brasília; Francisco Apurinã, que está trabalhando com a Universidade de Helsinki pesquisando mudanças ecológicas em uma perspectiva indígena; Sineia Bezerra do Vale,
gestora ambiental da Terra Indígena Serra da Lua, autoridade do clima
no Brasil, indicada para co-presidente do Fórum Internacional de Povos
Indígenas para o Clima, mestranda em Desenvolvimento Sustentável junto a
Povos e Territórios Tradicionais (MESPT), na Universidade de Brasília,
autora de Amazad Pana’Adinham: Perspectiva Indígena sobre Mudança
Climática em Serra da Lua, a primeira publicação indígena brasileira
sobre mudança climática; e Cristiane Gomes Julião, PhD em Antropologia Social no Museu Nacional/UFRJ, focando em direitos humanos, Povos Indígenas e meio ambiente.
“A
Floresta Amazônica é o coração biológico do planeta, com pelo menos 13%
da biodiversidade mundial. Aproximadamente 28 milhões de pessoas vivem
na Amazônia brasileira, incluindo muitos Povos Indígenas,
afrodescendentes e comunidades ribeirinhas que preservam a floresta há
centenas de anos. Investir nessas pessoas e garantir que possam proteger
a floresta amazônica é um dos melhores investimentos que podemos fazer
para preservar nosso sistema de suporte de vida compartilhado”, destaca o
cientista Dr. Carlos Nobre sobre a importância de proteger as comunidades indígenas e a Amazônia.
“Sem
a Amazônia, será impossível retornar nosso planeta à segurança.
Investir no Brasil é uma das melhores apostas da humanidade para manter o
limite de 1,5 grau, mesmo que temporariamente ultrapassado. Ainda não é
tarde demais, se todos juntos colaborarmos”, acrescenta Christiana Figueres.
A
ciência é clara, o desmatamento e as mudanças climáticas podem estar
empurrando a Amazônia em direção a um ponto de inflexão. A Floresta
Amazônica desempenha um papel vital na prestação de serviços
ecossistêmicos globais essenciais e na regulação do clima, assim como o
Cerrado e outros biomas. De acordo com o trabalho de Carlos Nobre, o
aquecimento global de 2°C a 2,5°C junto com 20%-25% de desmatamento na
Amazônia poderia representar um ponto de inflexão que teria implicações
perigosas para o mundo.
O
G20 brasileiro é o momento de ousar mais uma vez, uma grande
transformação para o sistema financeiro global, e o Brasil é o país
perfeito para liderar isso. Essa transformação precisa incluir a reforma
da dívida e a entrega do Fundo de Perdas e Danos de pelo menos $100
bilhões por ano, incluindo empréstimos adicionais para outros limites
planetários, como biodiversidade e oceanos, para facilitar a adaptação.
O membro dos Guardiões Planetários, Dr. Johan Rockström
– cofundador do Stockholm Resilience Centre, diretor do Instituto
Potsdam para Pesquisa sobre Impacto Climático, junto com vinte e oito
cientistas globais mostraram por meio do mais recente exame de saúde dos
Limites Planetários, que seis dos nove Limites Planetários que regulam a
saúde do nosso planeta foram ultrapassados, aumentando o risco de danos
irreversíveis ao sistema terrestre que nos mantém vivos.
“Nossa
única chance de um pouso climático seguro é uma abordagem unificada na
qual retornamos simultaneamente ao espaço seguro para todos os Limites
Planetários, em particular os limites da biosfera de biodiversidade,
terra e água”, explica Rockström.
Para Richard Branson,
fundador do Virgin Group, Virgin Unite e membro do Conselho Consultivo
dos Guardiões Planetários, “A necessidade de ação nunca foi tão urgente.
Nosso planeta, o único lar que temos, está em mau estado. Apesar disso,
há esperança. O gênio da ciência dos Limites Planetários alerta sobre
os riscos e oferece um roteiro para permanecer dentro dos limites do
nosso planeta. Trabalhando juntos, podemos tornar o planeta em um lugar
melhor para nossos filhos e netos.”
O
anúncio também traz o Instituto Arapyaú, uma instituição filantrópica
brasileira, como o mais novo membro do Conselho Consultivo dos Guardiões
Planetários. O Arapyaú, como o único representante brasileiro no
Conselho, trabalhará ao lado de Johan Rockström e Carlos Nobre para
identificar iniciativas científicas brasileiras importantes que também
ajudarão a informar a iniciativa global de Ciência das Fronteiras
Planetárias.
“Estamos honrados pelo convite para ingressar no Conselho Consultivo dos Guardiões Planetários. Esse reconhecimento reconhece a missão que o Arapyaú vem perseguindo nos últimos 15 anos de contribuir para um desenvolvimento justo, inclusivo e de baixo carbono no Brasil. Indiscutivelmente, os recentes eventos horríveis no Rio Grande do Sul destacaram a importância de uma abordagem sistemática e interconectada para a nossa existência na Terra. Estamos convencidos de que o quadro das Fronteiras Planetárias pode servir como essa ferramenta poderosa para regular a saúde do nosso planeta”, ressalta Renata Piazzon, Diretora Geral do Instituto Arapyaú.
Mais informações:
Site: Link
Instagram: Link
Sobre os Guardiões Planetários
Os
Guardiões Planetários são um coletivo de líderes comprometidos que
dedicaram suas vidas a servir as pessoas e o planeta. Eles estão se
unindo sem outra agenda além de fazer a coisa certa para garantir um
futuro seguro, justo e saudável, no qual a humanidade e o planeta
prosperem juntos. Sua missão é elevar a ciência para fazer dos Limites
Planetários uma medida e um quadro operacional para o mundo e iniciar um
movimento no qual todos, em todos os lugares, se unam como guardiões de
nossa casa compartilhada.
Carlos Nobre
Carlos
Nobre é cientista sênior do Instituto de Estudos Avançados da
Universidade de São Paulo e presidente do Painel Brasileiro de Mudanças
Climáticas. Ele dedicou sua carreira científica a pesquisar os riscos de
empurrar a Amazônia em direção a um grande ponto de inflexão,
impulsionado pelo aquecimento global, desmatamento e incêndios
florestais. Seu trabalho também foca em soluções para salvaguardar a
Amazônia, como o Projeto Amazônia 4.0 para desenvolver uma "bioeconomia
de floresta em pé para a Amazônia".
Christiana Figueres
Christiana
é uma líder internacionalmente reconhecida em mudanças climáticas
globais, co-fundadora da Global Optimism e ex-Secretária Executiva da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
Durante seu mandato, Christiana reuniu governos nacionais e
subnacionais, corporações e ativistas, instituições financeiras e
comunidades de fé, think tanks e provedores de tecnologia, ONGs e parlamentares, para juntos entregar o inédito Acordo de Paris que foi adotado em 2015.
Renata Piazzon
Diretora
Geral do Instituto Arapyaú, co-facilitadora da rede Coalizão Brasil
Clima, Florestas e Agricultura e cofundadora da iniciativa Concertação
pela Amazônia. Ela é formada em Direito, possui mestrado em Direito
Ambiental e formação na Harvard Kennedy School, Schumacher College,
Amani Institute e Homeward Bound. Seus prêmios incluem Chambers Latin
America, Who's Who Legal, The Legal 500 e Prêmio ABRAPS 2017. Uma líder
em ascensão na agenda de mudança climática, Renata participou da equipe
de transição do governo para o Meio Ambiente em 2022 e agora é membro do
Conselho da Presidência para o Desenvolvimento Econômico e Social
Sustentável.
Ciência dos Limites Planetários (3.0)
As
crises climáticas e de biodiversidade que vivenciamos hoje demonstram
que os impactos da humanidade no planeta como um todo são agora tão
grandes que devemos, para que nossas sociedades continuem a florescer,
gerenciar nossa relação com o planeta como um todo. O quadro dos Limites
Planetários, introduzido em 2009, identifica limites para os impactos
da humanidade no ambiente global. O entendimento científico atual sugere
que respeitar esses limites minimizaria o risco de as atividades
humanas desencadearem uma mudança dramática e potencialmente
irreversível nas condições ambientais globais. Para ser relevante, o
quadro dos Limites Planetários deve ser atualizado regularmente para
incluir o mais recente entendimento científico dos processos do sistema
terrestre e o impacto das atividades humanas sobre eles. A recém-lançada
terceira atualização, Limites Planetários 3.0, foi liderada por
Katherine Richardson, Professora e Líder do Centro de Ciência da
Sustentabilidade da Universidade de Copenhague e co-desenvolvedora do
quadro desde sua criação.
Lista de Guardiões
- Mary Robinson – Presidente dos The Elders e Professora Adjunta de Justiça Climática no Trinity College Dublin; ex-Presidente da Irlanda e ex-Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, co-fundadora.
- Dra. Sylvia Earle – cientista marinha, exploradora, autora, ex-Cientista Chefe da NOAA, Exploradora Emérita da National Geographic, Fundadora da Deep Ocean Exploration and Research, Inc., Fundadora da Mission Blue, Conselheira do Harte Research Institute.
- Xiye Bastida – defensora indígena da Terra, organizadora líder do Fridays for Future, co-fundadora da Re-Earth, e ativista climática.
- Presidente Juan Manuel Santos – Ex-Presidente da Colômbia, homenageado como Prêmio Nobel da Paz e membro dos The Elders.
- Hindou Oumarou Ibrahim – Presidente da Associação de Mulheres e Povos Indígenas do Chade (AFPAT), Membro do Fórum Permanente das Nações Unidas para Questões Indígenas
- Sunita Narain – Diretora do Centro para Ciência e Meio Ambiente (CSE) e ex-membro do Conselho sobre Mudança Climática do Primeiro-Ministro da Índia, uma das pessoas mais influentes do mundo segundo a TIME.
- Farwiza Farhan – fundadora da ONG Floresta, Natureza & Meio Ambiente Aceh (HakA), nomeada como TIME 100 Next e premiada com o TIME 100 Impact Award em 2023.
- Robert Redford – ator, diretor, produtor e ambientalista comprometido, fundador do Sundance, curador do Natural Resources Defense Council, Medalha Presidencial da Liberdade em 2016.
- Ayisha Siddiqa – defensora dos direitos humanos e da terra, cofundadora da coalizão liderada por jovens Polluters Out e da Fossil Fuel University, TIME Mulheres do Ano em 2023.
- Ralph Chami – 25 anos no Fundo Monetário Internacional e especialista em Finanças Baseadas na Ciência, cofundador da Rebalance Earth e Blue Green Future.
- Dr. Naoko Ishii – professora e vice-presidente executiva da Universidade de Tóquio, diretora do Centro para Comuns Globais, ex-CEO e presidente do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), ex-Vice-Ministra de Finanças no Japão.
- Hiro Mizuno – ex-Diretor de Investimentos do Fundo de Pensão do Governo do Japão, Enviado Especial das Nações Unidas para Finanças Inovadoras e Investimentos Sustentáveis.
- Dra. Jane Goodall – DBE, Fundadora do Instituto Jane Goodall, Mensageira da Paz da ONU.
- Dr. David Suzuki – cientista, personalidade de televisão com "The Nature of Things", autor e ativista ambiental, cofundador da Fundação David Suzuki.
- Paul Polman – ex-CEO da Unilever, coautor de "Net Positive" e defensor dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
- Dra. Mamphela Ramphele – ativista, médica, acadêmica, empresária e líder de pensamento político.
- Wade Davis – antropólogo, autor, fotógrafo e cineasta, Explorador Residente da National Geographic Society.
- Carlos Nobre – Cientista Sênior e premiado com o Nobel do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, cientista e defensor da Floresta Amazônica.
- Christiana Figueres – ex-Secretária Executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, fundadora da Global Optimism.
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