Fernando Valente Pimentel*
Quanto
aos investimentos do setor, estudo da FIESP aponta a necessidade de R$
456 bilhões anuais em uma década, ante os R$ 256 bilhões atuais, com uma
diferença, portanto, de R$ 200 bilhões. Assim, são muito bem-vindos os
investimentos de R$ 300 bilhões da NIB no período de 2024 a 2026, que se
somarão aos aportes já feitos hoje pelo setor e reduzirão a defasagem
apontada pela entidade. Outros
pontos críticos são os custos trabalhistas e do capital e acesso ao
crédito, acordos internacionais, carga tributária e isonomia, como
defendemos agora, preconizando o fim da isenção de impostos federais nas
vendas de até 50 dólares das plataformas internacionais de e-commerce. Os
segmentos têxtil e de confecção dependem de investimentos em bens de
capital e capacitação de recursos humanos. Sua cadeia de valor demanda
novas tecnologias e mais produtos sustentáveis e tem espaço para o
design avançado, economia criativa e conexão com a arte, pois todo esse
universo influencia as tendências da moda e consome produtos do setor. Nossa
indústria tem amplas possibilidades de se projetar nas compras
governamentais, têxteis técnicos, descarbonização, defesa, saúde, agro,
infraestrutura e sustentabilidade. Há fatores limitantes, como as
margens de lucro muito comprimidas e o fato de as empresas investirem
cerca de 80% com capital próprio. Em
2023, o investimento da indústria têxtil e de confecção em máquinas e
equipamentos, 85% dos quais são importados, foi de R$ 5 bilhões, aquém
do necessário. O setor necessita de investimentos maiores para ganhar
competitividade no mercado interno e no comércio global da área, de US$
800 bilhões anuais, sendo a China a líder, com mais de 30%. O
fomento industrial é relevante para o Brasil, cujo PIB, a despeito do
avanço do agronegócio, serviços, mineração, petróleo e gás, segue
evoluindo de modo lento e abaixo do ideal de 4% ao ano. Para dinamizar o
crescimento, é crucial a expansão da manufatura, como ocorreu em várias
nações. Por isso, o sucesso da NIB pode ser um ponto de inflexão no
desenvolvimento nacional. *Fernando Valente Pimentel é o diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Atendimento à imprensa - Ricardo Viveiros & Associados Oficina de Comunicação |
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