De
9 de maio a 17 de outubro, o público pode conferir obras de 11 artistas
portugueses e brasileiros na Embaixada de Portugal, em Brasília
Em
celebração dos 50 anos da Revolução dos Cravos, em 2024, a Embaixada de
Portugal no Brasil apresenta “Arte no Jardim”, uma exposição de arte
contemporânea instalada nos jardins da Embaixada de Portugal, em
Brasília, com obras de artistas portugueses e brasileiros que permeiam
diversas linguagens da arte erudita e popular.
Portugal
viveu sob um regime ditatorial por quase 50 anos (de 1926 a 1974) e
durante esse período a sociedade portuguesa foi marcada por dolorosas
memórias de repressão a movimentos operários, controle da imprensa,
fortalecimento do patriarcalismo como sistema social, censura e combate a
movimentos de libertação em suas colônias africanas.
Em
1974 a insatisfação com o regime ditatorial, a crise econômica e a
impopularidade das guerras coloniais na África provocou um desejo de
mudança, dando origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 25 de
abril do mesmo ano, a Revolução dos Cravos marcou o fim de uma longa
ditadura com a restauração da democracia em Portugal.
“Arte,
Cidadania e Democracia em Língua Portuguesa. Em maio poderemos assistir
ao lançamento de uma exposição que junta de um modo muito virtuoso três
pilares fundamentais das sociedades brasileira e portuguesa, sob a
nossa língua comum. Uma iniciativa que informa, educa e conscientiza
pessoas de todas as gerações que nos honram com sua visita, lembrando,
sempre, valores que nos inspiram”, comenta Luís Faro Ramos, Embaixador
de Portugal no Brasil.
Com
curadoria do diretor do CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian de
Lisboa, Benjamin Weil, e de Marcelo Gonczarowska Jorge, representante do
Museu de Arte de Brasília, o conjunto de onze obras escolhidas para
esta Mostra dialoga com questões e valores da Revolução dos Cravos.
“Ficamos
muito felizes de levarmos a Brasília, pela primeira vez, obras
importantes da coleção do CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian e
poder proporcionar a experiência destas obras ao público brasileiro”,
afirma Benjamin Weil.
O
curador Marcelo Gonczarowska Jorge acredita que o encontro entre o
acervo português e a arte brasileira permitirá que o público testemunhe
um instigante diálogo cultural luso-brasileiro.
Entre
os artistas portugueses, a exposição apresenta obras de Pedro
Barateiro, Fernanda Fragateiro, Rui Chafes, Ana Vidigal, Luisa Cunha,
Paula Rego e Márcio Carvalho. Os brasileiros Cecília Mori, Flávio
Cerqueira e Paulo de Paula são os artistas nacionais convidados a
participar da homenagem, além de José Maria Martinez Zaragoza, espanhol
radicado no Brasil.
A
exposição se desenrola em três partes ou movimentos, que começa no
interior do edifício e se expande pelo jardim da Embaixada. Um convite a
uma caminhada onde o público descobre as obras pelo caminho.
Primeiro movimento: medos, aspirações e desejos.
O primeiro conjunto de sete obras é dedicado às causas da revolução.
Aqui os visitantes terão acesso a obras que abordam questões raciais,
políticas e sociais, que lidam com temas relevantes para aquele momento
histórico e para o atual.
A
exposição se inicia na parte interna do edifício com a escultura “Onde
tudo acaba em mim” de Flávio Cerqueira, artista negro brasileiro cujo
trabalho dialoga com questões raciais.
Como
parte do mesmo movimento a obra “Pénelope”, da artista portuguesa Ana
Vidigal, reúne aerogramas (cartas transportadas sem envelopes por
aviões) enviados por seu pai durante as guerras coloniais na África,
construindo uma colcha sobre um colchão.
No mesmo espaço são apresentadas uma instalação de Rui Chafes e uma serigrafia de Paula Rego, ambos portugueses.
No
vão, a “Cadeira de Beira-de Estrada”, de Fernanda Fragateiro, evoca
Lina Bo Bardi e convida a entrar nos jardins, onde a instalação de José
Maria Martinez Zaragoza, um conjunto de seis esculturas da Série Não
Matarás, se vai revelando entre árvores do cerrado.
Segundo movimento: tensões. O
segundo conjunto apresenta três peças que remetem às emoções e tensões
relacionados ao decorrer dos fatos importantes que marcaram os dias 24,
25 e 26 de abril de 1974. A abrir este movimento é apresentada a obra
sonora “Senhora!”, da artista portuguesa Luísa Cunha. Esta obra está
associada ao papel fundamental que o rádio teve durante o processo,
assim como à comunicação velada entre os revolucionários.
A
instalação "Deleitar, Deformar, Devorar" foi criada especialmente para
esta exposição pela artista brasileira Cecilia Mori. Nessa obra, formada
por linhas, nós e emaranhados de elásticos de alfaiataria, o visitante
será remetido às tensões, dúvidas e imprevistos surgidos durante a
sublevação.
Terceiro movimento: despertar.
A obra do artista português Márcio Carvalho, “Ecos de liberdade”,
encerra este percurso. Uma obra participativa, criada especificamente
para esta exposição, que remete para os resultados e aspirações do novo
regime democrático.
Na
instalação composta por uma cabana em meio ao jardim, o público terá
acesso a uma biblioteca com diferentes livros sobre temáticas que se
envolvem diretamente com a liberdade. A obra é participativa e o
objetivo é que o público se aproprie dela e passe a ser o centro do
processo artístico.
“Participar
de mostras como a exposição “Arte no Jardim” demonstra o
comprometimento da EDP em ser uma força ativa na celebração de marcos
históricos com relevância na relação bilateral entre Brasil e Portugal,
bem como na valorização da arte como meio de expressão e reflexão sobre
nossa identidade e valores comuns. Estamos orgulhosos em apoiar essa
iniciativa que promove o desenvolvimento social, cultural e contribui
para construção de uma sociedade mais consciente.” Afirmou João Marques
da Cruz, CEO da EDP na América do Sul.
A
exposição é uma iniciativa da Embaixada de Portugal no Brasil, do
Camões CCP Brasília, em parceria com o CAM - Centro de Arte Moderna e
Museu de Arte de Brasília. Patrocínio: EDP Brasil. Produção: Tuîa arte
produção. Realização: Ministério da Cultura.
Serviço Exposição Arte no Jardim
Gratuito. É preciso levar documento de identificação para entrar no local
Período de visitação: 09 de maio a 17 de outubro 2024
Dias e horários: Quintas e Sextas, das 11h30 às 16h30
Sábado: primeiro sábado de cada mês: 11h30 às 16h30
Local: Embaixada de Portugal - Avenida das Nações, Lote 2 - Brasília, DF, 70402-900
Visitas educativas: Às
quartas-feiras a exposição oferece programa de visitas educativas que
são agendadas previamente. Para mais informações: contato@tuia.art.br
Visitas para grupos (a partir de 4 pessoas): São
realizadas visitas guiadas para grupos (a partir de 4 pessoas) mediante
agendamento prévio. Para mais informações: ccp-brasilia@camoes.mne.pt; e
instagram: camoes_brasil
Fotos - https://we.tl/t-W7HEGBlMwB
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