Raros, porém reais, eventos como esse podem provocar “apagões” da Internet e
sérios problemas colaterais para os negócios
Umberto Rosti (*)
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A
continuidade de negócios é um aspecto crítico para qualquer estratégia
organizacional, uma vez que as operações do dia a dia precisam ser
mantidas sem interrupção – ou o mínimo possível –, mesmo após
acontecimentos previsíveis ou até imprevisíveis.
Em uma era onde o cenário corporativo está em constante evolução,
uma grande ameaça assola o horizonte em 2024 – o risco e efeitos da
super tempestade solar. A compreensão e a preparação para tal evento é
importante para a proteção da continuidade dos negócios.
Uma tempestade solar, também conhecida como tempestade
geomagnética, ocorre quando o Sol ejeta massas enormes de partículas
carregadas eletricamente, conhecidas como ejeção de massa coronal (CME,
em inglês). Esses eventos podem soltar intensos picos de radiação e
partículas carregadas que, quando atingem a Terra, têm alto potencial
destrutivo em diversos sistemas tecnológicos. O último evento desse
porte foi registrado em 1859, que ficou conhecido como Evento
Carrington. Na época, as comunicações eram realizadas por meio de
telégrafos, que foram massivamente danificados durante o evento.
A natureza dos negócios depende da tecnologia, bem como as
interconexões de todos os sistemas comerciais, como a internet,
computadores e pontos de venda (PDVs), tornando potencialmente todos os
negócios suscetíveis aos efeitos negativos de uma super tempestade
solar. Os setores mais vulneráveis incluem telecomunicações (telefonia,
redes e internet), geração e distribuição de energia, serviços
financeiros e tudo que possa envolver circuitos eletrônicos e
tecnologia da informação. A tempestade solar pode resultar em sérios
efeitos colaterais para os negócios, com possíveis períodos sem poder
operar normalmente, além de perdas financeiras e danos à reputação de
corporações.
Para mitigar os riscos gerados por essa eminente tempestade
solar, as organizações devem adotar uma abordagem proativa no
planejamento da continuidade de negócios. Entre as estratégias para
garantir a resiliência das operações corporativas, destacam-se:
1. Avaliação dos riscos
E importante conduzir uma avaliação dos riscos
para identificar vulnerabilidades na infraestrutura e sistemas críticos
da companhia. Entender como tempestades solares podem afetar suas
comunicações, abastecimento energético, data centers e outras
áreas-chaves para sua companhia.
2. Planos de resposta de emergência
Desenvolver e atualizar regularmente planos para a
resposta de emergência em caso de a tempestade solar afetar o dia a
dia corporativo. Definir claramente as funções e responsabilidades,
estabelecer protocolos de comunicação e garantir que os colaboradores
estejam cientes e preparados para atuar em situação emergencial.
3. Backups de sistemas e redundância
Implementar modelos de backup para os sistemas
corporativos, com medidas de redundância que minimizem o impacto de
interrupções potenciais. Isso inclui a utilização de fontes energéticas
redundantes (geradores, UPS/No-Breaks), a implementação de sistemas de
backup não eletrônicos (Fitas DAT, unidades de armazenamento isoladas
do restante da rede) e de planos de contingência para a recuperação dos
dados de sistemas afetados.
4. Treinamento dos colaboradores
É fundamental informar os colaboradores sobre os
riscos causados por uma potencial super tempestade solar, assim como os
planos para mitigar os possíveis impactos causados na companhia.
5. Colaboração e compartilhamento de informações
A colaboração entre companhias do mesmo setor e o
alinhamento com órgãos governamentais são iniciativas que podem
facilitar na organização e no desenvolvimento das melhores práticas
para manter as operações com o menor impacto possível.
6. Seguro e preparação financeira
Mantenha o máximo de ativos possíveis
assegurados, de forma que garantam que eventos da natureza estejam
cobertos, evitando, assim, potenciais prejuízos financeiros. É
recomendável garantir um orçamento pronto para cobrir de imediato
quaisquer perdas em sistemas críticos da companhia.
Com o cenário competitivo mundial enfrentando mudanças e novos
desafios, é fundamental que toda companhia, independente do setor,
possua um plano de continuidade de negócios sólido e bem planejado.
Com a ameaça de uma supertempestade solar, as organizações devem
tomar medidas proativas para salvaguardar suas operações. Com as dicas
mencionadas anteriormente, as empresas podem aumentar suas respectivas
resiliências e garantir a continuidade de suas operações e negócios,
mesmo que o evento atinja magnitudes nunca antes vistas. A chave para a
sobrevivência dos negócios é que as operações se mantenham vigilantes,
bem-informadas e preparadas para o máximo de cenários que possam estar
além do nosso controle.
(*) Umberto Rosti é CEO da Safeway, empresa que integra a plataforma Stefanini Cyber |
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