Um agricultor palestino foi morto e outro ferido neste domingo (26), ambos alvos de forças israelenses no campo de refugiados Maghazi, no centro de Gaza, informou o Crescente Vermelho Palestino, a Cruz Vermelha local, durante o terceiro dos quatro dias de trégua entre Israel e Hamas.
Israel não comentou e não está claro se o ocorrido terá impacto na última fase dos planos de troca de reféns em Gaza por palestinos presos em Israel.
Também neste domingo, as forças israelenses mataram sete palestinos, incluindo dois menores e pelo menos um homem armado, na Cisjordânia, de acordo com médicos e informantes locais.
Cinco das mortes ocorreram na cidade de Jenin, que os militares israelenses disseram ter invadido para deter um palestino procurado por supostamente ter se envolvido numa emboscada letal na Cisjordânia, em agosto.
As Brigadas Jenin, um grupo armado local, afirmaram que seus combatentes lutaram contra as tropas de Israel, mas não forneceram detalhes sobre quaisquer vítimas. Contudo, testemunhas locais disseram que pelo menos um dos palestinos mortos em Jenin era um conhecido membro das Brigadas.
As forças israelenses atacaram Jenin “de várias direções, disparando balas e cercando hospitais governamentais e a sede da Sociedade do Crescente Vermelho”, publicou a agência local de notícias Wafa.
Seis outros palestinos ficaram feridos durante o tiroteio em Jenin, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. Segundo os militares israelenses, uma de suas aeronaves atacou um grupo de homens armados, ferindo vários deles.
A sexta vítima fatal palestina ocorreu em Yatma, um vilarejo perto da cidade de Nablus, e outra ocorreu perto de um assentamento judaico nos arredores da cidade de El Bireh, disseram autoridades palestinas. Israel não comentou.
A Cisjordânia, um dos territórios onde os palestinos procuram a criação de um Estado, tem vivido um aumento da violência paralelo à guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, agora na sua oitava semana.
Após uma segunda libertação de reféns detidos pelo Hamas, que sofreu atraso devido à uma disputa sobre a entrega de ajuda humanitária a Gaza, neste domingo 13 israelenses e 4 tailandeses chegaram a Israel.
Pascal Hundt, alto funcionário do Comitê Internacional da Cruz Vermelha que está em Gaza, disse ao canal Sky News que “não está confiante” de que mais reféns israelenses serão soltos neste domingo.
Embora o atraso na liberação dos reféns no dia anterior tenha sido resolvido com a mediação do Egipto e do Qatar, ele sublinhou a fragilidade da trégua, a primeira interrupção dos combates desde que os combatentes do Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e fazendo cerca de 240 reféns.
Em resposta a esse ataque, Israel prometeu destruir os militantes do Hamas que governam Gaza, bombardeando o território e montando uma ofensiva no norte. Cerca de 14.800 pessoas, em torno de 40% delas crianças, foram mortas até agora, disseram autoridades de saúde palestinas no sábado.
Israel disse que o cessar-fogo poderia ser prorrogado se o Hamas continuasse a libertar pelo menos 10 reféns por dia. Uma fonte palestina disse que até 100 reféns poderiam ser libertados.
Folhapress
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