MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Ministério da Saúde publica portaria que estabelece a disponibilização da Trombectomia Mecânica no SUS

 

Procedimento é utilizado com sucesso até 24 horas após os primeiros sinais do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi) e possui maior eficácia do que o tratamento medicamentoso disponível hoje na rede pública 

Acaba de ser publicada no Diário Oficial da União a Portaria GM/MS n° 1996, de 24 de novembro de 2023, que oficializa a disponibilização da Trombectomia Mecânica (TM), procedimento minimamente invasivo para tratar o AVCi (Acidente Vascular Isquêmico), no SUS.

Segunda causa de morte e a primeira de incapacidade no mundo, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorre quando há uma alteração na circulação sanguínea do cérebro. Ele pode ser isquêmico – quando um vaso sanguíneo no cérebro fica bloqueado devido a um coágulo ou trombo – que é o tipo mais comum, correspondendo a 85% dos casos, ou o hemorrágico – quando a artéria se rompe e o sangue extravasa. 

Minimamente invasiva, a Trombectomia Mecânica complementa a trombólise, única opção até então disponível na rede pública de saúde e nem sempre eficiente para os casos mais graves do AVCi. Além de segura e eficaz, uma das grandes vantagens da TM é que pode ser utilizada até 24 horas após os primeiros sintomas do AVCi com sucesso, enquanto outras formas de tratamentos, como os medicamentos trombolíticos, têm uma janela restrita de indicação e sucesso somente até 4,5 horas depois das manifestações iniciais da doença.  

“A cada minuto que passa são 2 milhões de neurônios que morrem no AVC. A incorporação da Trombectomia Mecânica é uma vitória de valor inquestionável para uma das doenças que mais incapacitam no mundo”, comemora Michel Frudit, neurorradiologista intervencionista, é chefe do Serviço de Neurorradiologia Intervencionista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. 

Vantagens da técnica

A Trombectomia Mecânica consiste na desobstrução da artéria cerebral realizada por um cateter que leva um dispositivo endovascular, um stent ou um sistema de aspiração, para remover o coágulo sanguíneo do cérebro. Com o procedimento, a taxa de recanalização na oclusão de grandes vasos chega a 77% (NOGUEIRA, 2018, WHITELEY, 2017), significativamente mais eficiente que o tratamento convencional de trombólise endovenosa, com 11% (TSIVGOULIS, 2018).  

A TM proporciona também melhor qualidade de vida ao paciente, aumentando a sua capacidade funcional (cognitiva e motora) e dando maior independência no pós-AVC. Estudos apontam ainda que 46% dos pacientes que foram submetidos a essa nova técnica se mostraram independentes após três meses de tratamento, contra apenas 26,5% do grupo que recebeu a trombólise endovenosa (GOYAL, 2016).

A incorporação da técnica considerou o RESILIENT, estudo financiado pelo Ministério da Saúde, realizado em 12 hospitais públicos brasileiros, que comparou a Trombectomia Mecânica com o tratamento clínico até 8 horas do início do AVC em 221 pacientes e demonstrou que a trombectomia aumenta muito a chance de o paciente ficar independente para as atividades diárias além de reduzir de 50% para 31% a chance de morte ou incapacidade grave.  

O órgão também considerou dois estudos que avaliaram o tratamento até 24 horas, um deles, inclusive, liderado pelo brasileiro Raul Nogueira (neurologista chefe do Serviço de AVC da Universidade de Pittsburg), responsável pela pesquisa Dawn publicada em 2018, realizada nos EUA. O ensaio clínico contou com 206 pacientes com AVC entre 6 e 24 horas avaliados com tomografia com perfusão, que é capaz de verificar se ainda existe cérebro salvável mesmo com mais tempo do início dos sintomas do AVC. O estudo mostrou que, em pacientes selecionados entre 6-24 horas, após três meses do AVCi, 48,6% do grupo TM conseguiram seguir a vida de forma independente. No tratamento convencional o índice foi significativamente inferior, apenas 13,1% atingiram o mesmo patamar. 

Todo os anos mais de 12 milhões de pessoas têm algum tipo de AVC no mundo, com 6,5 milhões de mortes — a segunda principal causa de óbitos, atrás apenas de problemas no coração. No Brasil, o AVC matou 50 mil no primeiro semestre deste ano e 114 mil em 2022, segundo os Cartórios de Registro Civil do Brasil.  

Quando não mata, o AVC pode levar a incapacidades neurológicas leves e passageiras ou graves. Entre as principais, segundo o especialista, temos a perda de controle dos membros, como a paralisia de um lado do corpo, dificuldade de caminhar, dificuldade para falar, diminuição de memória, dificuldade de enxergar, dificuldade de engolir, entre outras.

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