MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

O caso do Tenente Bandeira ainda é um grande enigma e mistério no Rio de Janeiro

 


Hermenêutica – Crime do Sacopã – N2 – Turma N01 Direito NoturnoPedro do Coutto

Na edição de ontem focalizei os casos Bandeira e Aida Cury, acentuando que não pode haver a tese do direito ao esquecimento porque o Supremo decidiu por unanimidade derrubar qualquer censura prévia ao direito de expressão, seja na política seja na arte, o que não exime os autores de responsabilidade civil ou criminal.

O caso do tenente Bandeira, por exemplo, até hoje continua sem a revelação total da sua verdade. Talvez ela não surja nunca, pois a meu ver existe a hipótese de pessoas diferentes, mas com o mesmo propósito, tenham influido na morte de Afranio de Lemos, que trabalhava no Banco do Brasil na Rua Voluntários da Pátria.

PIVÔ DO CRIME – Marina foi apontada como pivô do desfecho de sangue, por ter dito ao arquiteto Gilberto Bastos temer o encontro de seu atual namorado com seu ex. Seria um encontro ao lado do Clube Caiçaras, que ela tentou evitar.

Não creio, como disse certa vez ao jornalista Ruy Castro, que tenha sido esse o único ponto de convergência. Havia chantagem, acusação que pesava sobre Afrânio, além de seu envolvimento com uma funcionária do Palácio do Catete. Essa funcionária teria familiaridade com o tenente Bandeira.

Era o governo de Vargas que havia nomeado João Carlos Vital para prefeito. Um de seus familiares era amigo de alguém que estava sofrendo a chantagem de Afrânio, como assinalei ontem. Bandeira teria sido quem transportaria o corpo de Afrânio para um local ermo.

DUAS TESTEMUNHAS – No entanto, quando ele manobrou o carro no sentido do Humaitá, na altura do Corte do Cantagalo, um engenheiro de sobrenome Taunay tornou-se um depoente na acusação do tenente, por tê-lo visto passar dirigindo o Citroen. Depois, um taxista que fazia ponto na Rua Fonte da Saudade informou ter transportado Bandeira de lá para sua residência.

As evidências, como se constata, eram muito grandes. Como eu disse ontem, Bandeira foi condenado mas seu julgamento anos depois foi anulado porque uma jurada assinou com nome de casada, quando o desquite determinara o retorno de seu nome de solteira. A sombra permanece até hoje. Marina mudou de nome e deve estar perto de completar 90 anos. O enigma permanece.

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