Além de escassas, garrafas oferecidas no mercado brasileiro são mais caras do que a média dos EUA, por exemplo
Pequenos e médios produtores de cachaça e cerveja vêm
sofrendo com a falta de garrafas de vidro no mercado brasileiro. Eles
sugerem que a escassez atravanca o desenvolvimento de suas atividades.
De acordo com a superintendente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SindBebidas), Tatiana Santos, o problema tem se agravado nos dois últimos anos, com a emergência de políticas públicas para os resíduos sólidos.
Em Minas, o projeto está em negociação com órgãos relacionados ao meio ambiente, intermediado pela Fiemg. Em São Paulo, entretanto, já está implementado desde 2018.
“A tramitação mineira está bem adiantada, para acontecer em breve. Contudo, o estado ainda não tem uma indústria preparada para realizar a reciclagem, podendo agravar a situação, caso o parecer não leve em conta a perspectiva da cadeia produtiva”, afirma Tatiana Santos.
A superintendente diz ainda que, cientes das circunstâncias, muitas das cervejarias artesanais estão voltando sua produção para o envasamento em latas de alumínio, com o intuito de evitar multas futuras. “As próprias vidrarias estão deixando de atender à demanda, receosas de sanções”, complementa a sindicalista.
Já para o presidente da Associação Nacional de Produtores de Cachaça de Qualidade (ANPAQ), José Otávio de Carvalho Lopes, as maiores dificuldades advêm do fato de o país possuir apenas três fabricantes da embalagem. E mesmo a produção delas, fica em boa parte comprometida em contratos milionários com as gigantes do setor, como a Ambev.
“O preço desse insumo no Brasil é extremamente caro. Nos EUA, uma garrafa com qualidade superior à que utilizamos custa 30 centavos de dólar. A nossa, embora inferior, é vendida a R$ 2”, argumenta Lopes. Por isso, ele relata que alguns produtores pedem que a importação seja facilitada.
Porém, o proprietário da Garrafaria Serra Negra, Lorenzo Naves, não concorda que importar os recipientes seja a melhor solução. Para ele, os gastos com frete são muito altos para uma mercadoria de baixo valor agregado. Além disso, a instabilidade do real frente ao dólar seria outro fator de dificuldades.
Entretanto, o distribuidor não se arrisca a apontar uma saída simplista. “É um problema complexo, porque montar uma fábrica requer tempo e investimento alto. Acredito que o poder público deveria atrair investidores e estimular os fabricantes já existentes a abrirem novos parques”, sugere.
Enquanto isso não acontece, quem amarga são os pequenos e médios produtores. O sócio-proprietário da Cachaça Salinas, Thiago Medrado, duvida de um desfecho favorável a curto prazo.
Custo repassado
"O que vemos é a demanda cada vez maior e a tendência de que a oferta continue baixa. A Salinas consegue manter um estoque, mas isso gera um custo com armazenagem do produto parado, que acaba repassado ao cliente final”, revela o empresário.
Procurada pela reportagem do Hoje em Dia, a Ambev respondeu saber que “a demanda por novas embalagens de vidro é um tema crítico”. Por essa razão, opta preferencialmente por garrafas retornáveis, além de ter construído uma própria fábrica de vidro, no Rio de Janeiro, onde 50% da matéria prima é reciclada. “Com isso, desde 2014, já deixamos de circular mais de 12,4 milhões de toneladas do resíduo”, declarou por meio de nota.
De acordo com a superintendente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SindBebidas), Tatiana Santos, o problema tem se agravado nos dois últimos anos, com a emergência de políticas públicas para os resíduos sólidos.
Em Minas, o projeto está em negociação com órgãos relacionados ao meio ambiente, intermediado pela Fiemg. Em São Paulo, entretanto, já está implementado desde 2018.
“A tramitação mineira está bem adiantada, para acontecer em breve. Contudo, o estado ainda não tem uma indústria preparada para realizar a reciclagem, podendo agravar a situação, caso o parecer não leve em conta a perspectiva da cadeia produtiva”, afirma Tatiana Santos.
A superintendente diz ainda que, cientes das circunstâncias, muitas das cervejarias artesanais estão voltando sua produção para o envasamento em latas de alumínio, com o intuito de evitar multas futuras. “As próprias vidrarias estão deixando de atender à demanda, receosas de sanções”, complementa a sindicalista.
Já para o presidente da Associação Nacional de Produtores de Cachaça de Qualidade (ANPAQ), José Otávio de Carvalho Lopes, as maiores dificuldades advêm do fato de o país possuir apenas três fabricantes da embalagem. E mesmo a produção delas, fica em boa parte comprometida em contratos milionários com as gigantes do setor, como a Ambev.
“O preço desse insumo no Brasil é extremamente caro. Nos EUA, uma garrafa com qualidade superior à que utilizamos custa 30 centavos de dólar. A nossa, embora inferior, é vendida a R$ 2”, argumenta Lopes. Por isso, ele relata que alguns produtores pedem que a importação seja facilitada.
Porém, o proprietário da Garrafaria Serra Negra, Lorenzo Naves, não concorda que importar os recipientes seja a melhor solução. Para ele, os gastos com frete são muito altos para uma mercadoria de baixo valor agregado. Além disso, a instabilidade do real frente ao dólar seria outro fator de dificuldades.
Entretanto, o distribuidor não se arrisca a apontar uma saída simplista. “É um problema complexo, porque montar uma fábrica requer tempo e investimento alto. Acredito que o poder público deveria atrair investidores e estimular os fabricantes já existentes a abrirem novos parques”, sugere.
Enquanto isso não acontece, quem amarga são os pequenos e médios produtores. O sócio-proprietário da Cachaça Salinas, Thiago Medrado, duvida de um desfecho favorável a curto prazo.
Custo repassado
"O que vemos é a demanda cada vez maior e a tendência de que a oferta continue baixa. A Salinas consegue manter um estoque, mas isso gera um custo com armazenagem do produto parado, que acaba repassado ao cliente final”, revela o empresário.
Procurada pela reportagem do Hoje em Dia, a Ambev respondeu saber que “a demanda por novas embalagens de vidro é um tema crítico”. Por essa razão, opta preferencialmente por garrafas retornáveis, além de ter construído uma própria fábrica de vidro, no Rio de Janeiro, onde 50% da matéria prima é reciclada. “Com isso, desde 2014, já deixamos de circular mais de 12,4 milhões de toneladas do resíduo”, declarou por meio de nota.
Nenhum comentário:
Postar um comentário