RECôNCAVO NEWS
Alimentos
ultraprocessados - como nuggets de frango, sorvetes e cereais matinais -
estão associados à morte prematura e a problemas de saúde, constataram
novos estudos.
Cientistas da França e da Espanha dizem que a ingestão desse tipo de comida disparou nos últimos anos.
As
descobertas não podem ser interpretadas como prova definitiva de que
esses alimentos fazem mal. No entanto, foram baseadas em uma série de
testes, que indicam que os alimentos ultraprocessados realmente induzem
pessoas a comer em excesso.
Especialistas expressaram cautela em relação às conclusões, mas defendem mais pesquisas sobre o assunto.
O que são alimentos ultraprocessados?
O termo se refere à classificação de alimentos pela quantidade de processamento industrial que passaram.
A
categoria mais baixa é "alimentos não processados ou minimamente
processados", que incluem: • frutas • legumes • leite • carne •
leguminosas como lentilhas • sementes • grãos como arroz • ovos
Já
os "alimentos processados" foram alterados para que durem mais ou
tenham um sabor melhor - geralmente usando sal, óleo, açúcar ou
fermentação.
Esta categoria inclui: • queijo • bacon • pão caseiro • frutas e legumes enlatados • peixe defumado • cerveja
Em
seguida, vêm os "alimentos ultraprocessados", que passaram por um maior
processamento industrial e muitas vezes têm uma infinidade de
ingredientes em sua composição, incluindo conservantes, edulcorantes ou
intensificadores de cor.
Maira
Bes-Rastrollo, da Universidade de Navarra, na Espanha, disse à BBC
News: "Dizemos que se um produto contém mais de cinco ingredientes,
provavelmente é considerado ultraprocessado".
Exemplos
desse tipo de alimento incluem: • carne processada, como salsichas e
hambúrgueres • cereais matinais ou barras de cereal • sopas instantâneas
• bebidas açucaradas • nuggets de frango • bolo • chocolate • sorvete •
pão produzido em larga escala • refeições prontas, como tortas e pizza •
shakes que substituem refeições.
Resultados
O
primeiro estudo, realizado pela Universidade de Navarra, acompanhou
19.899 pessoas durante uma década e avaliou sua dieta a cada dois anos.
Durante o estudo, 335 participantes morreram.
Para
cada 10 mortes entre os que comeram menos alimentos ultraprocessados,
houve 16 mortes entre os que comeram mais alimentos desse tipo (mais de
quatro porções por dia).
O
segundo estudo, da Universidade de Paris, acompanhou 105.159 pessoas
durante cinco anos e avaliou sua dieta duas vezes por ano.
A pesquisa mostrou que aqueles que comem mais alimentos ultraprocessados tiveram mais problemas cardíacos.
As
taxas de doença cardiovascular foram de 277 por 100 mil pessoas por ano
entre aqueles que consumiram os alimentos mais ultraprocessados,
comparados com 242 por 100 mil entre aqueles que comeram menos.
Mathilde
Touvier, da Universidade de Paris, diz à BBC News: "O rápido e
crescente consumo mundial de alimentos ultraprocessados, em detrimento
de alimentos menos processados, pode gerar um número maior de doenças
cardiovasculares nas próximas décadas".
Com informações do site da BBC News.
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