Foto: Fábio Motta / Estadão
Jair Bolsonaro
Enquanto no Brasil o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), dirige fortes críticas a Jair Bolsonaro na articulação da
reforma da Previdência, o presidente disse neste sábado, 23, a
empresários chilenos que atritos acontecem no País porque muitos não
querem largar a “velha política”. Bolsonaro também alegou não saber por
que Maia anda tão “agressivo” contra ele e declarou que perdoa o
parlamentar fluminense, citando problemas pessoais do deputado —
referência à prisão do ex-ministro Moreira Franco, seu sogro. “Os
atritos que acontecem no momento mesmo estando calado fora do Brasil
acontecem na política lá dentro porque alguns, não são todos, não querem
largar a velha política”, disse Bolsonaro durante café da manhã
oferecido pela Sociedade de Fomento Fabril do Chile em Santiago. Ele não
citou nomes e disse ter recebido o governo em uma crise “ética, moral e
econômica”, classificou o Brasil como “campeão da corrupção”, mas com
grande chance de sair do buraco desde que o país aprove as reformas,
principalmente da Previdência. Ao terminar sua primeira visita oficial
ao Chile, Bolsonaro enfatizou que não vai entrar em um “campo de
batalha” que não é o seu, ao se referir à cobrança de Maia para que ele
assuma a liderança pela articulação da reforma da Previdência. Além
disso, o presidente voltou a jogar a responsabilidade da proposta sobre
Maia e o Congresso e disse não saber por que o parlamentar anda está tão
“agressivo”. “Não serei levado para um campo de batalha diferente do
meu. Eu respondo pelos meus atos no Executivo. Legislativo são eles,
Judiciário é o Dias Toffoli. E assim toca o barco, isso se chama
democracia”, disse Bolsonaro a jornalistas ao deixar o Palácio de La
Moneda, sede do governo chileno, ao lado do presidente do Chile,
Sebastián Piñera. “Não queiram me arrastar para um campo de batalha que
não é o meu”, insistiu. Na quinta-feira, 11, o ex-ministro Moreira
Franco, sogro de Maia, foi preso pela Operação Lava Jato do Rio. “Eu
lamento. Até perdoo o Rodrigo Maia pela situação pessoal que ele está
vivendo. O Brasil está acima dos meus interesses e do dele. O Brasil
está em primeiro lugar.” Bolsonaro repetiu que a “bola” pela votação da
reforma está agora com Maia e com o Congresso, e não mais com o
Planalto. Questionado sobre as razões que teriam levado o presidente da
Câmara a disparar publicamente contra ele, Bolsonaro disse que “a
temperatura está alta lá no Senado”, sem explicar a que se referia. Ao
se dirigir ao carro que o levou para o aeroporto, Bolsonaro declarou ao
Broadcast Político que não existe atrito com Maia. “Da minha parte, não
houve atrito. Estou pronto para conversar com ele.”
Estadão
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