Segundo o chanceler Ernesto Araújo, saída do Brasil da Unasul será
anunciada no Chile pelo presidente Jair Bolsonaro, nesta semana:
O presidente Jair Bolsonaro deverá anunciar, em sua visita ao Chile,
na quinta e na sexta-feiras (21 e 22/3), a saída do Brasil da União das
Nações Sul-Americanas (Unasul), grupo integrado por 12 países
sul-americanos: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia,
Equador, Peru, Chile, Guiana, Suriname e Venezuela.
A informação foi dada nesta quarta-feira (20/3) pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ao fazer um balanço da viagem oficial de Bolsonaro aos Estados Unidos.
Segundo o chanceler, o abandono da Unasul será coordenado com os demais
países do grupo e deve representar o esboço de um novo bloco
sul-americano, sem a presença da Venezuela.
"Gostamos muito da ideia chilena de substituir a Unasul por outro
bloco (o Prosul, integrado por Argentina, Brasil, Chile, Colômbia,
Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Costa Rica, Nicarágua, Panamá e
República Dominicana). A Unasul é um órgão falido, que foi capturado e
com vício de origem, que não conseguiu avançar na integração física
entre os países. Não construiu um quilômetro de rodovia”, criticou o
ministro, horas antes de viajar para o Chile. Para Araújo, a
desintegração da Unasul para a criação de um novo bloco permitirá
substituir o organismo por iniciativas mais específicas de integração
regional.
Integração com o Pacífico
O ministro adiantou que as conversas entre Bolsonaro e Piñera devem
focar o incremento das conversas para um avanço nos projetos de
integração do Brasil com o Pacífico e também no aumento dos
investimentos. Bolsonaro embarca na quinta-feira rumo a Santiago, onde
fará visita oficial ao presidente Sebastián Piñera e participará de
cúpula que contará com 21 chanceleres e 22 presidentes, segundo o
Itamaraty.
O presidente retorna no sábado (23/3) e, na semana que vem, fará uma
visita oficial a Israel. Araújo, no entanto, não confirmou se, na
ocasião, será anunciada a mudança efetiva da embaixada brasileira de Tel
Aviv para Jerusalém. Segundo o ministro, isso será definido durante as
reuniões preparatórias da viagem, que não tem previsão de visita a
territórios palestinos.
Embaixadas
Ao ser questionado sobre a troca de embaixadores de 15 representações
no exterior prevista pelo novo governo, Araújo destacou que a
preferência para os novos titulares será técnica. "A lista que fechamos
das mudanças atuais incluem apenas embaixadores de carreira. Washington
não está nessa lista", disse ele, acrescentando que, em relação à
embaixada de Washington, não haverá essa restrição.
Essa colocação acirra a disputa entre dois nomes cogitados para o
posto: o do advogado e cientista político Murillo de Aragão e o Nestor
Foster Júnior. Além das perguntas de jornalistas presentes à coletiva,
Araújo ainda respondeu três questionamentos de blogueiros simpatizantes
do governo gravados previamente. (Correio Braziliense).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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