Valentina de Botas ironiza, em seu Face,
a farândula de patetas que exalta a greve dos caminhoneiros, novos
heróis de gente que, certamente, tem saudade da Era Lulista e gosta de
um boa - e irresponsável - baderna:
Nasceu
há algumas horas o mais novo herói brasileiro: o patriota e altruísta
caminhoneiro. Ele logo estará mamando, mas já dorme tranquilo embalado
pelo subsídio que conseguiu para o diesel. Os pais, uns pelegos
bem-criados à esquerda e à direita (além da suspeita do patronato),
ainda que meios frustrados pelo Exército não ter aderido e tentado depor
o governo, agradecem, orgulhosos por provocar mais uma crise
artificial, à sociedade imbecilizada que a bordo de mais um bordão
imbecil, o #SomosTodosCaminhoneiros,
arcará com os custos do subsídio e continuará pagando pela gasolina tão
caro quanto antes. Mas agora com uma despesa a mais: o subsídio. É que
não existe herói grátis. Fofura da mamãe-pátria?!
O
nascimento foi meio tumultuado em que alguns envolvidos não passaram no
teste de coerência nem decência e dá uma aula de Brasil. Vejamos: a
direita que só saia aos domingos, sem bloquear o ir e vir de ninguém, a
favor do impeachment de Dilma, aplaudiu o bloqueio criminoso de estradas
em plena semana; estatistas recém-convertidos em liberais pela magia
das eleições queriam que a Petrobrás voltasse aos dias mágicos de Dilma
que quebraram a empresa (prejuízo de R$51 bilhões) pela indevida
intervenção política do governo para congelar os preços dos combustíveis
com o petróleo a R$30/40 e hoje está R$70; as esquerdas gritando que,
naquela época é que era bom, que o neoliberalismo do governo golpista
blablabla; a imprensa conseguindo culpar Temer pela greve política que
era mais um modo de impedi-lo de governar e espertalhões ganharem alguma
grana e votos; Rodrigo Maia e Cássio Cunha Lima indo ao limite da
deslealdade e dando mais um passo.
O valor
do frete também estava na parada e deveria ser pactuado entre
caminhoneiros e patrões num país são, não é uma questão de governo nem
de Estado, mas no modelo mental do brasileiro o Estado é o resolvedor de
tudo. Não tem jeito: o país não sai do infantilismo sempre procurando o
Estado-pai e este é mantido no seu gigantismo que engole recursos
(impostos). Só quando o Estado diminuir, a carga tributária diminuirá
deixando de onerar o preço da gasolina, por exemplo. Mas está tudo bem:
os de sempre vão pagar a conta.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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