O objeto
que foi achado no distrito de Monte Gordo, na cidade de Camaçari,
região metropolitana de Salvador, após um clarão no céu da Bahia, passou
por uma análise preliminar nesta quinta-feira (22), na capital baiana. O
estudo revelou que a estrutura é composta por ferro, manganês e
silício.
A informação foi divulgada por pesquisadores do Museu Geológico da
Bahia, onde a peça está sendo avaliada. De acordo com os especialistas, a
suspeita inicial de que o objeto fosse um meteorito foi descartada após
a análise.
"Além da forma do material - característica de algo da indústria -, nós
temos aí sua composição química onde não tem o níquel - o elemento
característico de rochas meteoríticas", contou a pesquisadora Débora
Rios.
O objeto foi encontrado em um buraco, em uma área de vegetação que fica
no entorno de uma loja de materiais de construção, na noite da
terça-feira (20), logo após uma explosão. Um morador da região, que
estava em um terreno vizinho, viu a situação e filmou o momento em que
teria ocorrido a colisão da estrutura com o chão. A peça tem cerca de
2,9 kg e 15 cm de comprimento.
Nesta quinta-feira, o obejto foi colocado em uma máquina especial que
avaliou a formação dele. "Essa análise é feita com um equipamento de
fluorescência de raio X. Uma análise simples. Um equipamento portátil.
Uma análise preliminar. Aí nós incidimos os raios X sobre a amostra, e
obtemos a composição química semi-quantitativa", explicou a
pesquisadora.
Os especialista investigam agora se a peça é lixo espacial, e também se
pode pertecer à estrutura de um foguete russo, como havia sido informado
pela Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon). A Rússia
mandou o foguete para uma estação espacial, e durante o deslocamento,
alguma parte pode ter se soltado. Um mapa publicado no dia 16 de
fevereiro pela Bramon, mostra os pontos onde o foguete russo poderia
cair e entre esses pontos está a Bahia.
"Essa peça tem todas as características de algo que passou pela
atmosfera, que recebeu quantidade de calor. E também estava previsto,
lixo espacial está caindo todos os dias. Embora, haja um enigma. Que é
aquele que previa, como de fato aconteceu, a queda de um foguete russo,
no dia 16 de fevereiro. E, de fato, aconteceu. E não há nada de previsão
para o dia 20, 21 de fevereiro, como pode ter acontecido. Vamos fazer
as análises mais detalhadas e, daí, tentar identificar esse material.
Saber se ele é usado na industria aeroespacial", disse o geólogo Wilton
Carvalho.
O estudo será realizado nos próximos dias, mas não há previsão de quando
será finalizado. "Nós precisaremos de mais alguns dias de análises mais
precisas - algumas um pouco destrutivas. Vamos ter que cortar uma
pequena parte da peça, para poder fazer essas análises", contou a
pesquisadora Débora Rios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário