MEDIÇÃO DE TERRA

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sábado, 16 de dezembro de 2017

Contador confirma que recibos de aluguel de Lula foram assinados no hospital


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Recibos falsos não incluem pagamento do IPTU
Alana Fonseca e Bibiana Dionísio
G1 PR, Curitiba
O técnico em contabilidade João Muniz Leite confirmou, nesta sexta-feira (dia 15), que levou recibos dos aluguéis de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) para que fossem assinados no hospital pelo empresário e dono do imóvel, Glaucos da Costamarques. O apartamento é vizinho ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e usado pelos seguranças dele.
Muniz ainda contou que fez os recibos a pedido de Costamarques. Ele foi ouvido nesta manhã pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, na ação que apura a veracidade dos recibos de aluguel.
SÃO FALSOS – Os documentos foram apresentados pela defesa do ex-presidente Lula, acusado de receber o imóvel como propina da Odebrecht. Para a força-tarefa da Lava Jato, os recibos são ideologicamente falsos, ou seja, foram produzidos para dar aparência de legalidade a atos ilícitos. O ex-presidente responde por corrupção e lavagem de dinheiro; ele nega as acusações.
Muniz presta serviços para Roberto Teixeira, advogado de Lula, e para Costamarques. Segundo Muniz, ele também fazia a declaração de Imposto de Renda do ex-presidente a pedido de Teixeira.
Ele disse que, quando fechou a declaração do ano-base 2014, percebeu que faltavam alguns recibos. Ainda de acordo com o técnico em contabilidade, ele encerrou mesmo assim a declaração, porque tinha conhecimento e controlava os recebimentos de aluguéis e sabia os valores que tinham sido pagos.
FALTA DE RECIBOS – Muniz afirmou que recebia todos os documentos para a declaração do ex-presidente das mãos do Roberto Teixeira. Quando ele viu que faltavam recibos, pediu para Teixeira os documentos. Recebeu, então, uma pasta com diversos recibos, sendo que alguns estavam sem assinatura.
“Eu aproveitei a visita que fiz a ele [Costamarques, no hospital] e mencionei a falta dos recibos e alguns sem assinar. Ele perguntou se eu podia preparar para ele, eu preparei baseado nos modelos que ele já havia apresentado, pedi a um funcionário que fizesse, levei ao hospital e colhi as assinaturas”, disse Muniz.
Ele afirmou que colheu assinatura de 14 ou 15 recibos entre 2014 e 2015.
POR E-MAIL – De acordo com Muniz, em 2011 e 2012, ele recebeu os recibos. Já em 2013, também havia falta de recibos, e ele entrou em contato com Costamarques por e-mail, solicitando os valores recebidos mês a mês.
“Em 2013, eu não recebi os recibos, mas recebi uma confirmação por e-mail do seu Glaucos com o recebimento dos aluguéis mês a mês que conferiam exatamente com os valores que eu tinha apontado nos pagamento”, disse.
A defesa do ex-presidente afirmou que o depoimento de Muniz reforçou que todos os recibos com quitação foram emitidos pelo proprietário do imóvel, que também dirigia a ele informes sobre o recebimento de aluguéis, inclusive por e-mail.
COSTAMARQUES NEGA – Ao depor, Costamarques voltou a dizer que não recebeu todo o valor do aluguel, que assinava vários recibos de uma só vez, e que os de 2015 foram assinados no hospital, onde ele estava internado para uma cirurgia.
“Então, deixa eu ver se entendi: de fevereiro de 2011 a novembro de 2015, o senhor não recebeu nenhum valor por esse aluguel do ex-presidente Luiz Inácio?”, perguntou Moro. Costamarques respondeu que não. O juiz federal, então, perguntou se, em algum momento, os atrasados foram pagos a ele. “Não também”, explicou.
Costamarques também justificou ao juízo que declarou os alugueis não recebidos no imposto de renda para que a situação ficasse regularizada. “Eu tinha um contrato de aluguel. Como eu ia fazer? Eu declarei que recebi os alugueis, mas não recebi. Mas eu tinha a perspectiva de receber”, explica.
ERA “LARANJA” – Para a Ministério Público Federal (MPF), Glaucos foi usado como laranja para esconder que o imóvel era de Lula. Ele é primo do pecuarista e amigo de Lula José Carlos Bumlai e comprou o apartamento em 2011; porém, quem usa o imóvel é o ex-presidente.
Os advogados de Lula entregaram o contrato de aluguel em nome da ex-primeira dama Marisa Letícia e 31 recibos de pagamento entre 2011 e 2015 – dois deles têm datas inexistentes.
Ainda de acordo com o MPF, as contas bancárias deles não apresentaram movimentações que confirmassem o pagamento do aluguel, até novembro de 2015, mês em que Bumlai foi preso. Costamarques disse ainda que passou a receber o dinheiro do aluguel a partir daquele mês. Agora, Moro quer que os procuradores digam se querem fazer ou não a perícia nos recibos.
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