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Surgem informações de que o comandante do Corpo de Guardas Revolucionários do Irã, brigadeiro-general Haj Qassem Soleimani, enviou mensagem verbal ao comandante das forças dos EUA na Síria, por intermédio da Rússia, aconselhando-o a retirar de lá todos militares americanos.
“Minha mensagem ao comando militar dos EUA: quando a batalha contra o ISIS (“Estado Islâmico”) chegar ao fim, não se tolerará a presença de nenhum soldado norte-americano em território sírio. Aconselho-os a sair por iniciativa própria, ou serão obrigados a sair” – disse Soleimani a um funcionário russo. Soleimani afirmou que os militares dos EUA “serão considerados forças de ocupação, se optarem por permanecer no nordeste da Síria, onde tribos curdas e árabes convivem lado a lado.
NEUTRALIDADE RUSSA – Os russos não são contrários à presença dos EUA e podem se adaptar a ela, depois de demarcar linhas para evitar confrontos. Mas a posição do Irã é clara: o país decidiu não abandonar o presidente sírio em confronto que possa haver com forças dos EUA, caso elas permaneçam em terras sírias.
A mensagem de Soleimani aos EUA indicava claramente a promessa de ‘medidas de surpresa’ contra os EUA: “Vocês enfrentarão soldados e forças militares que não viram em ação na Síria. E deixarão o país, mais cedo ou mais tarde”.
A Rússia informou aos EUA que o Irã permanecerá na Síria pelo tempo que o presidente Assad considerar necessário. Assad insiste em libertar todo o território sírio de quaisquer forças militares. A Rússia confirmou aos EUA sua intenção de não dar apoio aéreo ao Irã e aliados, no caso de ataques a forças dos EUA. Do ponto de vista dos russos, a disputa Irã-EUA não lhes diz respeito nem é item da agenda da Rússia.
EUA AMEAÇAM O IRÃ – Mike Pompeo, diretor da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA), disse semana passada que escrevera ao brigadeiro-general Soleimani manifestando suas preocupações com as intenções do Irã de atacar interesses dos EUA, acrescentando que “o Irã e Soleimani serão responsabilizados por qualquer ataque no Iraque”.
Mohammad Mohammadi Golpayegani, alto assessor do Grande Aiatolá Ali Khamenei, confirmou a tentativa de Pompeo de enviar uma carta, mas disse que “Soleimani recusou-se a receber ou ler a mensagem, porque nada mais havia a acrescentar”.
CURDOS A POSTOS – Fontes na área creem que não é improvável que grupos curdos – operando em al-Hasaka e que são fieis ao governo em Damasco – estejam dispostos a avançar contra forças dos EUA. Muitos desses grupos permanecem fiéis à Síria: rejeitam todas e quaisquer forças de ocupação e a divisão do país.
Al-Hasaka 2018 está sendo muito frequentemente comparada àqueles eventos de 1983, quando centenas de marines dos EUA e paraquedistas franceses foram mortos em ataques suicidas simultâneos por islamistas, em Beirute. Para os libaneses, a força multinacional tornara-se uma tropa hostil, não de pacificação. Por isso,e todos eles foram forçados a deixar o Líbano às pressas, por efeito desse ataque. E agora, na Síria, o futuro pode repetir esses eventos do passado.
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