MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Pior para 2014


Panorama Econômico - Míriam Leitão 
O Globo - Verdade Sufocada
O PIB do terceiro trimestre confirmou as previsões de retração, com -0,5%. O dado de 2012 foi revisado de 0,9% para 1%. Olhando para frente, há boas e más notícias. A melhor é que a queda não deve se repetir no quarto tri, e o país deve evitar a recessão. Mas, como o crescimento no segundo semestre está fraco, 2014 começará menos embalado. Há projeções para o ano que sendo revistas para baixo.
O dado divulgado ontem pelo IBGE veio no piso das projeções do mercado, -0,5%. A revisão de 2012 foi pequena, de 0,9% para 1%, distante do número divulgado pela presidente Dilma na semana passada, 1,5%. O IBGE passou pelo desnecessário constrangimento da suspeita de ter enviado o número antecipadamente ao governo.
E isso não aconteceu. Depois de subir por três trimestres, veio a decepção com o investimento, que caiu 2,2%. José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários FGV/Ibre, avalia que o número confirma que houve muita influência da produção de caminhões no início do ano. — A queda do investimento mostra que essa recuperação não se sustentou.
Também é importante notar que os juros no Brasil ficaram mais altos no período. O risco-país subiu mais do que em outros países, e por razões internas. Isso não ajuda no investimento — diz. O economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros, chama atenção para o baixo crescimento que a economia terá no segundo semestre.
Ele prevê uma alta de apenas 0,3% no quarto tri. Com isso, o carregamento estatístico para o ano que vem será menor. Ele adiantou que a projeção de crescimento para 2014, que está em 2,1%, deve ser revista para baixo. — Caso se confirme 0,3% de alta no quarto trimestre, o carrego estatístico para 2014 será de apenas 0,4%.
O de 2012 para 2013 foi de 1% e cresceremos algo em torno de 2,2%. É esse carrego pequeno que poderá levar o mercado a rever ainda mais para baixo o PIB do ano que vem, para algo entre 1,5% e 1,7% — explicou. A avaliação é a mesma do economista José Márcio Camargo, da PUC-Rio e da Opus Gestão de recursos, que também estima alta de 0,3% no quarto tri. Ele já revisou o número de 2014 de 1,8% para 1,6%.
Poupança é a mais baixa desde 2001
A queda da taxa de poupança para 15% do PIB foi um dos piores números divulgados ontem. Como o déficit em conta corrente do país está em 3,6%, não há recursos para fazer crescer a taxa de investimento, que teve um pequeno aumento, para 19,1%, ainda muito abaixo do necessário. Sem poupança interna e já com alta tomada de recursos da poupança externa, esse é um dos principais gargalos que o país enfrenta.
— Estamos gastando a poupança com o consumo. Ainda não conseguimos mudar o modelo de crescimento, para que tenha foco no investimento. Na verdade, quem investe pouco é o governo, na faixa de 1% do PIB, enquanto o setor privado investe o resto. E temos carga tributária de 37% do PIB — explicou o economista José Márcio Camargo.
Quarto trimestre em alta
Até agora, saíram poucos números antecedentes que indicam como deve ser o último trimestre do ano. O economista Rafael Bacciotti, da Tendências, lembra que os dados de outubro mostram desaquecimento do mercado de trabalho e do crédito. A produção industrial daquele mês será divulgada hoje, e os dados do varejo não saíram ainda. Mas, após o fraco número do terceiro tri, a consultoria revisou de 2,4% para 2,2% a previsão para o PIB de 2013.
E prevê alta de 0,5% entre outubro e dezembro em relação ao período anterior. Ele acha que o terceiro tri foi o pior do ano. No primeiro, a economia ficou estável, no segundo, cresceu 1,8%, e, no seguinte, encolheu 0,5%.
Brasil é o inverso do Chile
Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, diz que, do jeito que as coisas estão, o governo deverá entregar um PIB médio de 2% ao ano entre 2011 e 2014, com inflação média de 6,2%. Esses números são o inverso do que acontece com a economia chilena, que tem inflação de 2% e crescimento de 6%. — Fica fácil ver quem está seguindo o caminho correto — afirma.

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