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sábado, 21 de janeiro de 2012

Cadastro não acompanha número de pessoas que desaparecem pelo país


No portal do Ministério da Justiça, aparecem apenas 126 casos, em São Paulo. Outros estados, como Alagoas e Amazonas têm três casos, cada. No Amapá, dois. Roraima, um. E, no Acre, nenhum.

Todos os anos, milhares de crianças e adolescentes somem no Brasil. Mas esses números não aparecem no Cadastro Nacional de Desaparecidos, como mostra o repórter César Galvão.
Há oito meses, quase todos os dias, a auxiliar de enfermagem Carmen distribui cartazes pelo bairro da Zona Norte de São Paulo com a foto da filha. Larissa, de 12 anos, deveria ter ido para a escola, e sumiu.
“Não tem coisa pior do que uma pessoa desaparecida. Uma pessoa desaparecida você não sabe se está viva, se está morta”, diz Carmen.
As mãos tremem. Dona Maria de Fátima fica nervosa ao falar do neto Vinicius, de 6 anos. “O pai dele o pegou para visita, e não devolveu mais”, conta Dona Maria.
Pai e filho podem estar em qualquer lugar do Brasil. Mas, a informação sobre o desaparecimento ficou restrita a camisetas e cartazes, espalhados pela região do ABC Paulista. E há uma infinidade de casos parecidos com o de Vinicius.
“Nós temos cadastros de veículos, cadastros de imóveis, precisamos ter cadastros de crianças e adolescentes desaparecidas”, avalia Ariel De Castro Alves, da Comissão Nacional da Criança e do Adolescente/OAB.
Tiago, Francisca, Stephany, Rubens, todos fazem parte da lista dos 9 mil adolescentes e crianças que desaparecem por ano, só em São Paulo. As fotos e as informações sobre eles deveriam estar disponíveis na internet para todo o país, mas os casos não foram incluídos no Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas.
No portal do Ministério da Justiça, aparecem apenas 126 casos, em São Paulo. Outros estados, como Alagoas e Amazonas têm três casos, cada. No Amapá, dois. Roraima, um. E, no Acre, nenhum.
A lei, criada em dezembro de 2009, diz que a União deve manter a base de dados, com características físicas e dados pessoais dos desaparecidos. Desesperadas, as famílias apelam também às redes sociais na internet, enquanto os computadores do Governo Federal e dos estados não se entendem.
“O estado de São Paulo possui um cadastro próprio. O Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas ainda não está em pleno funcionamento, em razão de problemas técnicos de bancos de dados”, destaca Sérgio Pereira Passos, da Delegacia de Pessoas Desaparecidas de SP.
“A raiz do problema, do mau funcionamento desse sistema no Brasil, é o fato de os estados não alimentarem a base de dados nacionais, e muitas vezes sequer alimentam suas bases internas, estaduais, muito menos a nacional”, explica Luiz Paulo Barreto, secretário executivo do Ministério da Justiça.
Segundo a delegacia de desaparecidos de São Paulo, a falta de uma carteira de identidade nacional prejudica a atualização do cadastro.
JORNAL NACIONAL

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