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sábado, 31 de dezembro de 2022

Classe X, Classe A e outras mancadas da Mercedes

 


Marcelo Jabulas
@mjabulas
HOJE EM DIA
Apesar da crescente demanda por picapes ao redor do mundo, a Mercedes Classe X foi um grande fracasso comercial (Mercedes-Benz)

Apesar da crescente demanda por picapes ao redor do mundo, a Mercedes Classe X foi um grande fracasso comercial (Mercedes-Benz)

Quando se pensa em Mercedes-Benz, duas palavras vêm à mente: sofisticação e durabilidade. A marca da estrela das três pontas inventou o automóvel na forma que conhecemos e aplicou luxo e uma qualidade de engenharia inigualável. Uma fabricante à prova de falhas. Nem tanto. A Mercedes já deu suas escorregadas.

A primeira grande derrapada da marca veio com o Mercedes Classe A, monovolume compacto lançado em meados dos anos 1990. Um carrinho que ficou famoso por não ter conseguido superar o chamado Teste do Alce, uma guinada rápida de direção que simula a entrada repentina de um obstáculo: o alce.

O capotamento forçou a marca a expandir o controle de estabilidade (ESP), que era restrito ao Classe S, para o carrinho e demais modelos, o que ajudou a popularizar a tecnologia. Mas a maior derrapada da marca foi construir a fábrica de Juiz de Fora achando que entupiria o mercado brasileiro de Classe A. 

O mercado via o Classe A como um carro de entrada. Na época, a diretoria da marca deixou bem claro que nunca fez carros populares e não seria naquele momento que ria fazê-lo. E não fez. O Classe A chegou caríssimo e suas vendas foram medíocres, mesmo ele sendo o automóvel mais sofisticado fabricado em solo brasileiro.


Classe R

Outra aposta que não vingou foi a do segmento de monovolumes de luxo. Nos anos 2000 as minivans ainda estavam na moda. O Classe A vendeu muito bem na Europa, o que estimulou a marca a lançar outros dois representantes, o Classe B e o Classe R.

O Classe B não demorou para ser tachado como pior Mercedes já feito, por ser um monovolume e ter tração dianteira. O BMW Active Tourer também recebeu as mesmas pedradas anos mais tarde.

Mas a forçada de barra foi o Classe R. Ela era uma mistura de perua com minivan. Era extremamente caro e chegou a ter uma versão com motor V8 6.2 de 510 cv, o mesmo do sedã C63 AMG. A revista Quatro Rodas chegou a listar o modelo como uns dos carros mais “sem sentido” já feito.

Apesar de ter ficado em linha por dez anos, seu melhor ano de vendas foi em 2006, quando emplacou cerca de 34 mil unidades. Em 2016 foram apenas três carros licenciados.

Classe X

A patacoada monumental da Mercedes foi a Classe X. A marca resolveu que era o momento de entrar no segmento de picapes e decidiu se unir à Nissan para desenvolver um modelo em conjunto. 

A picape era, na verdade, uma versão de grife da Frontier. Ela utilizava carroceria, chassi, motor e até mesmo a suspensão independente no eixo traseiro. Inclusive há uma discussão que afirma que essa suspensão, assim como os freios a discos no segundo eixo, foram exigências dos alemães para fechar a parceria. A Nissan afirma que não.

O problema é que a picape encalhou de forma bisonha. O consumidor não viu vantagem em pagar caro numa picape, principalmente nos Estados Unidos, onde ela é um modelo compacto como a Frontier e a Ranger. Ela vendeu pouco menos de 40 mil unidades e a Mercedes resolveu tirá-la de linha.

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