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figuras públicas disseminaram 192 desinformações em 2023 nas
plataformas digitais e aprovaram projetos de lei a partir de mentiras
O projeto Amazônia Livre de Fake,
coordenado pelo Intervozes e mais 14 organizações amazônidas, mapeou 32
figuras públicas em 2023 com objetivo de identificar quais os tipos de
desinformação são disseminadas e como se dá a circulação e o
financiamento desse ecossistema nos estados do Amazonas, Mato Grosso e
Pará. No total de políticos monitorados, 28 deles publicaram 192
postagens com desinformação. Os políticos também investiram R$ 13 mil de
recursos públicos em 68 anúncios com temática socioambiental que
possuíam desinformação, obtendo mais de 4,5 milhões de interações nas
postagens.
A
partir desses resultados, foi feito o ranking de seis políticos que mais
divulgaram desinformação, financiaram esses conteúdos e praticaram
ataques ou disseminaram discurso de ódio. Nesta soma de violações ao
direito à comunicação, alguns políticos também descumpriram o artigo 54
da Constituição Brasileira, que não permite que esses representantes
sejam proprietários de mídia.
O top six da campanha Político Desinformante é formado por: Plínio Valério (PSDB/AM), Fausto Jr. (União Brasil/AM), Delegado Caveira (PL/PA), Amália Barros (PL/MT)*, Eder Mauro (PL/PA), Abilio Brunini (PL/MT). A campanha Político Desinformante foi uma ação resultante da pesquisa para dar visibilidade e escrachar figuras públicas de representação política que violam o direito à comunicação.
Acesse o relatório completo de 2024.
Desinformação embasa leis
A transformação do discurso de desinformação em projetos de leis foi algo identificado na pesquisa, indicando a problemática de quando falsas informações acabam por embasar o ordenamento jurídico do Estado e do país. É possível citar a aprovação do Marco Temporal pelo legislativo ou, em âmbito estadual, o Projeto de Lei 4.183/23, apresentado em setembro pelo deputado Coronel Assis (PL/MT), que busca perseguir o MST com a obrigação de criação de um CNPJ para eventuais responsabilizações. E a Lei 12.342/23 que proíbe a queima de maquinários utilizados em desmatamento ilegal, que rendeu muita desinformação em campanha coordenada no MT.
A
pesquisa revela ainda a estratégia do Partido Liberal (PL) de ocupar o
Executivo nas eleições municipais de 2024. O deputado Abilio Brunini
(PL/MT) se coloca como pré-candidato à prefeitura de Cuiabá. O Coronel
Menezes (PL/AM) também divulgou que será pré-candidato pelo partido na
capital manauara. E, em Belém, Eder Mauro (PL/PA) tem se colocado como
pré-candidato. O PL ainda não fez o anúncio oficial de nenhum dos três
candidatos. Todos eles são representantes da extrema-direita que vêm há
anos utilizando a estratégia da disseminação de desinformação e discurso
de ódio na política.
Amazônia Livre de Fake
O projeto Amazônia Livre de Fake busca combater a disseminação de desinformação e discurso de ódio sobre a Amazônia e seus defensores. A pesquisa foi lançada na última quinta-feira, dia 6 de junho, com transmissão ao vivo pelo canal do Intervozes no YouTube.
A
iniciativa é coordenada pelo Intervozes - Coletivo Brasil de
Comunicação Social e mais 14 organizações amazônidas, são elas: Abaré,
Rede Wayuri, Coletivo Esperança Garcia − no Amazonas; Carta Amazônia,
Coletivo Jovens Tapajônicos, Rede de Notícias da Amazônia, Tapajós de
Fato, Co-Jovem − no Pará; Observa-MT, Casa Ninja Amazônia, Mídia Ninja,
Rede Juruena Vivo, Instituto Centro de Vida (ICV) e Fundação Ecológica
Cristalino − no Mato Grosso.
*A deputada federal Amália Barros (PL/MT) faleceu no dia 12 de maio de 2024, durante a publicação dos resultados desta pesquisa.
Mais informações
comunicacao@intervozes.org.br
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