A
senadora Damares Alves (Republicanos-DF) apresentou, nesta
segunda-feira (3), pedido para que a Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) suspenda por 90 dias os cancelamentos unilaterais
realizados pelas seguradoras no último mês.
Na
última semana, foi anunciado acordo para suspensão dos cancelamentos,
mas a parlamentar brasiliense espera que a proposta seja formalizada
pela agência reguladora do setor.
O
objetivo, segundo a senadora, é “apurar os indícios de irregularidades
nas rescisões contratuais unilaterais e as condições para exercício da
portabilidade para um novo plano” uma vez que os cancelamentos ocorreram
“sem dar ciência aos segurados de como efetuar a portabilidade, sem
oferecimento de outro plano congênere, levando à perda da carência, de
coberturas parciais ou à adesão”.
Para
a parlamentar, a suspensão das decisões permitiria continuidade na
cobertura de tratamentos em curso, especialmente a pessoas idosas, com
deficiência, com doenças raras e gestantes, bem ainda com transtornos de
saúde legalmente considerados e doenças graves que demandam tratamento
contínuo, independentemente de internação.
“Além
disso, há um grande risco de que, ainda que mantidos os contratos, o
reajuste de preços de contratação torne inviável o custeio desses
planos. Ademais, várias adesões a planos em portabilidade têm tido sua
regularidade questionada, com destaque para o oferecimento de planos com
coparticipação, sem reembolso, com cobertura insuficiente, sem a
necessária ciência aos contratantes”, destaca a senadora.
Entenda o caso
O
cancelamento unilateral de planos de saúde é uma prática permitida pela
ANS quando os contratos são coletivos (empresariais ou por adesão).
O
imbróglio está no cancelamento de planos de pacientes em tratamento,
situação que vem sendo considerada ilegal pelo Judiciário e questionada
por órgãos de defesa do consumidor e parlamentares mesmo nos casos dos
contratos coletivos.
Só
este ano, a ANS recebeu 5,8 mil queixas sobre rescisões unilaterais de
contratos, sobretudo de pacientes que precisam de tratamento contínuo,
como os com transtorno do espectro autista (TEA), ou portadores de
doenças crônicas.
A imprensa, no entanto, especula que os cancelamentos podem ter passado dos 80 mil
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