Marco Antonio Spinelli
Stalking
vem do Inglês e significa Perseguição. Uma perseguição obsessiva,
implacável, com envolvimento amoroso e uma tentativa perversa de
controle. Não era crime nos Estados Unidos até a década de noventa. Não é
crime previsto em nosso código penal. Nas últimas semanas vem pipocado
notícias sobre crimes cometidos em nome do amor: uma moça chamada
Isabelly, no norte do Paraná, foi atacada por outra moça, de idade
semelhante, que usou uma solução de soda cáustica visando deformar a
“rival”. O que motivou o ataque? Ciúmes obsessivos do relacionamento
passado do namorado. Síndrome de Rebeca. Ciúme Patológico e retroativo.
Em
Minas Gerais, um médico denunciou uma ex paciente, que alega ter se
envolvido romanticamente com ele, e que passou a ter um comportamento
perseguidor sistemático, chegando a enviar mil e trezentas mensagens
para ele num mesmo dia.
A Netflix lançou uma série, “Bebê
Rena” que também aborda o amor obsessivo de uma jovem que entra num bar
sem dinheiro para um chá e recebe atenção e uma bebida do bartender, o
que vai gerar um inferno na vida do rapaz, chamado Donny. Ela começa a
visitá-lo no trabalho todos os dias e, ao pesquisar a moça na internet,
descobre que ela é uma stalker condenada por perseguir vários outros
caras.
Vou fazer um reparo aqui: o “Stalking”é muito mais
comum em homens, relativamente incomum em mulheres. Mas as séries e
filmes sobre homens perseguidores de mulheres são muito menos objeto de
atenção do que dramas onde a mulher é a ameaça. É só puxar pela memória,
além de “Bebê Rena” o “Atração Fatal”, de 1987, onde um executivo tem
um caso de fim de semana com uma mulher misteriosa, que depois se recusa
a terminar o relacionamento e passa a perseguí-lo, jogando ácido do seu
carro (auch!), matando o coelho de sua filha, ou seja, um inferno.
Entretanto, stalkear, perseguir, ameaçar e em casos extremos, agredir e
matar são atividades muito mais frequentes no sexo masculino,
perseguindo geralmente ex mulheres e namoradas. Geram menos comoção do
que deveriam. Agora, a moça de Minas, que vou chamar de K., até para o
Fantástico foi.
Stalking não é fuçar as Redes Sociais do ex. Stalking se caracteriza por atos invasivos como ligar várias vezes ou inundar celulares e e-mails com mensagens. Visitas não combinadas e invasão de espaço da pessoa assediada. Controle de todos os seus passos e vigilância obsessiva de suas atividades. Ameaça ou agressão a pessoas próximas, sobretudo se envolver relacionamento afetivo, mas a importunação se estende para familiares, amigos, colegas. O stalker pode também postar informações, fofocas ou denúncias contra a vítima, se ela se recusa a atender sua demanda amorosa.
*Marco Antonio Spinelli é médico, com mestrado em psiquiatria pela Universidade São Paulo, psicoterapeuta de orientação junguiana e autor do livro “Stress o coelho de Alice tem sempre muita pressa”
Imagens relacionadas
baixar em alta resolução |
Vervi Assessoria - Imprensa
IMPRENSA
Rua Freire Farto, 56 - Pq. Jabaquara - SP - CEP. 04343-120
Nenhum comentário:
Postar um comentário