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Porto Alegre (RS)
– A cheia que afeta o Rio Grande do Sul pode causar impactos em outros
países da América do Sul, considerando que o volume de águas passa por
rios transfronteiriços, que deságuam em outros territórios. Para apoiar
ações preventivas, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) enviou um
comunicado e informações sobre os níveis dos rios ao Comitê
Intergovernamental dos Países da Bacia do Rio da Prata (CIC-Plata) –
composto por representantes de Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e
Uruguai.
Com grande
experiência no monitoramento hidrológico, o SGB é uma referência para
outras organizações internacionais. Os dados são enviados por meio do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Uruguai, que compõe a Bacia do Prata – considerada uma das maiores do mundo, com mais de 3,1 milhões km².
Conforme
as informações dos boletins de alerta, na região há estações que estão
acima da cota de inundação. Há tendência de elevação dos níveis em
Itaqui, Uruguaiana e São Borja, que fazem fronteira com cidades da
Argentina.
“Nosso
papel vai além das fronteiras. Essa atuação representa o nosso
compromisso em compartilhar nosso conhecimento e experiência, fornecendo
aos nossos parceiros regionais dados que são essenciais para orientar
decisões estratégicas que possam reduzir os impactos dessas cheias. Em
situações críticas, como a que vivenciamos, é fundamental somar esforços
e agir de forma colaborativa”, ressalta o diretor-presidente do SGB,
Inácio Melo. O intercâmbio de dados a respeito dos recursos hídricos é
previsto no Tratado da Bacia do Prata, em vigor desde 1970.
Até
o momento, solicitaram ao SGB o envio de boletins de alerta
hidrológico: a Usina Hidrelétrica Binacional de Salto Grande, que fica
no Rio Uruguai, na divisa Uruguai-Argentina, e o Sistema Nacional de
Emergências do Uruguai.
Modelo internacional para previsões
Já
foram emitidos 26 boletins de alerta por meio do SAH Uruguai. O SGB
passou a incluir nesses boletins de alerta informações geradas a partir
do Sistema de Suporte a Tomada de Decisão (SSTD), que é uma iniciativa
do CIC-Plata, em parceria com instituições dos cinco países-membros da
Bacia.
“O SSTD tem o
objetivo de contribuir e fortalecer a capacidade de gestão integrada dos
recursos hídricos na Bacia do Rio da Prata, fornecendo informações
necessárias para ações de planejamento e tomada de decisões em nível
regional”, explica a pesquisadora em geociências Camila Mattiuzi,
representante do SGB no projeto.
Por
meio desse sistema, foi elaborado um modelo de prognóstico de vazões, a
partir de dados observados e previsão de precipitação, com escala
diária, que permite antecipar cenários dos rios na bacia. A metodologia
ainda está em fase de testes.
De
acordo com as projeções, São Borja deve atingir o pico da cheia nesta
quarta-feira (8). Em Itaqui, a cota máxima deve ser observada na
sexta-feira (10) e, em Uruguaiana, o pico pode ocorrer no domingo (12).
Em
nenhum caso o SGB pode ser responsabilizado por danos ou decisões,
indiretos ou decorrentes, ou nenhum dano vinculado, que provenha do uso
destes produtos.
Confira outros produtos que apoiam a prevenção de desastres na região:
>>Manchas de Inundação;
>>Mapeamento de áreas de risco;
>>Análise de Frequência de Cotas e Vazões dos Sistemas de Alerta Hidrológico Operados pelo SGB;
>>Chuvas Intensas e Equações IDF;
>>Ciclone Extratropical do RS em Junho de 2023;
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