Gabriel Ferraz Vidiri*
Qual
a sua religião? Alguma vez você já deve ter recebido este tipo de
pergunta. A grande questão é se de fato a semântica da palavra religião
tem cumprido o seu papel em nossas vidas, religar, reconectar e nos
ajudar transcender.
Quando estava me preparando para a
maratona de Chicago em 2019, só falava de corrida, acompanhava
profissionais envolvidos na cosmovisão do mundo da corrida, seguia
atletas nas redes sociais que falava absolutamente tudo e adivinha sobre
o que? Corrida.
Por um tempo parecia um fanático e
aprendi que todo excesso esconde uma falta. Em meados de 2010 era
apaixonado por carnaval, cheguei a desfilar em 9 escolas de samba em um
mesmo ano, o grande objetivo era me conectar e aprender novos métodos,
pois cada bateria de escola de samba tem suas tradições, modelos mentais
sobre gestão e liderança de pessoas, é uma verdadeira empresa formada
por mais de 200 ritmistas tocando sem parar durante 65 minutos.
Cosmovisão
é um termo que aprendi estudando “Teologia Bíblica do Trabalho” onde
significa como utilizamos nossas crenças, valores e experiências para
formar nossa visão de mundo. Tudo que vivemos serve como lição, se
tivermos um princípio milenar executado e praticado em nossas vidas:
Humildade.
Grandes igrejas estão se expandindo tanto no
Brasil, como em Orlando (USA) e até pela Europa, em alguns momentos
parece um processo de franquias, já recebi muitas perguntas no meu
instagram sobre qual minha opinião entre “organismo e organização” e o
negócio envolvendo igrejas.
Existem custos referente ao tempo de estudo e certificações robustas, fora estruturas necessárias para manter um projeto sério e sólido aberto, acredito que existem muitos benefícios em participar de uma comunidade local, a grande questão é você refletir sobre suas motivações. E aqui está o grande diferencial na minha opinião: Compreender como está sua expectativa de vida e o que você busca, de forma intencional nos lugares que frequenta.
Participei
recentemente de um evento muito popular em Alphaville chamado Método
Destiny - organizado pelo Tiago Brunet e uma equipe extremamente
competente. Vemos um movimento gigantesco em busca de autoconhecimento e
desenvolvimento no Brasil desde 2010, esse “bum” pode ajudar muitas
pessoas e empresas, desde que seja compreendido que mudanças estruturais
são gradativas e não existe receita mágica.
Segundo a OMS
(organização mundial da saúde) tivemos uma abstração, definição sobre
saúde envolvendo um estado de bem-estar físico, mental e social, e não
meramente ausência de doenças e enfermidades.
Já em 1999, a
mesma organização compreendeu que o aspecto espiritual deveria ser
inserido no conceito de saúde.De acordo com a Escola de Saúde Pública de
Harvard Health Publishing , um artigo do medscape mostrou os impactos
positivos da espiritualidade: o envolvimento religioso e a
espiritualidade estão associados a melhores resultados na saúde, uma
maior longevidade, melhor qualidade de vida, menos ansiedade e menores
taxas de depressão e suicídio”.
Um dos maiores cientistas
de todos os tempos, Albert Einstein, disse em um Simpósio de Ciência,
Filosofia e Religião, em 1941: “A ciência sem religião é manca, a
religião sem a ciência é cega”. (pg 19 Método Destiny)
A
problemática é quando existe um objetivo certo, com a motivação
errada.Existem lobos em peles de cordeiro e precisamos ficar atentos a
promessas, profecias que mais iludem as pessoas do que promovem a
mudança e um bem-estar biopsicossocial.
A melhor maneira
de verificar se a religião faz bem para uma pessoa ou sociedade é
observar o que ela faz, e não somente o que fala. As palavras podem
convencer, emocionar e até iludir, mas o exemplo arrasta. Seja corrida,
carnaval, investimentos, escola de samba ou ir a igreja aos domingos
pela manhã, o que realmente lhe ajuda a se conectar com sua essência e
se tornar uma pessoa melhor para você e para sociedade?
* Gabriel Ferraz Vidiri é MBA em Desenvolvimento Humano pela FGV, palestrante e podcaster no Papo de Progresso
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