Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias 2025 será determinante para o futuro do segmento
Segundo dados do Boletim de Conjuntura Econômica de abril da Confederação Brasileira de Transportes (CNT), a inflação no país está arrefecendo. Os resultados mostram que em março, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) aumentou 0,16%, número bem abaixo do mês de fevereiro, com 0,83%. Em doze meses, o índice acumulou alta de 3,93%, o valor é o menor desde junho de 2023.
Uma medida que ajuda a entender o momento econômico do país foi o novo corte da Taxa Selic, taxa básica de juros do país. A decisão da segunda reunião do ano do Comitê de Política Monetária (COPOM), em março, foi de corte de 11,25% para 10,75% ao ano.
A
expectativa do mercado, reportada no Boletim Focus, do Banco Central, é
de que, até dezembro próximo, a taxa Selic chegue a 9% ao ano. De
acordo com a economista do IPTC (Instituto Paulista de Transporte de
Cargas), Raquel Serini, esse é um bom momento para o desenvolvimento do
país. “Quando há queda da inflação e redução de juros, fica mais
acessível pegar empréstimos e fazer financiamentos, acelerando o
consumo, a produção e consequentemente aquecendo a economia”, explica.
O
Governo Federal enviou ao Congresso Nacional em 15 de abril o Projeto
de Lei de Diretrizes Orçamentárias 2025, expressando otimismo econômico.
O documento busca equilibrar receitas e despesas no próximo ano, sem
prever déficit ou superávit. Espera-se que a dívida pública em relação
ao PIB continue crescendo até 2027, atingindo 79,7%, antes de começar a
declinar em 2028.
Transporte
O setor de transporte pode enfrentar impactos significativos com o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias 2025. Isso decorre da previsão de priorização de investimentos dentro do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As despesas destinadas ao programa, limitadas a R$ 5 bilhões, não serão contabilizadas na meta de resultado primário, tornando os investimentos em infraestrutura menos vulneráveis a cortes caso a arrecadação não atinja as expectativas previstas.
De acordo com Serini, com o novo PAC foram definidas prioridades e o transporte é uma delas, a fim de promover investimentos públicos e privados para fortalecer a logística no país e impulsionar a geração de empregos. “Para a evolução do setor, é necessário que saiam do papel vários projetos de infraestrutura rodoviária e outras medidas fundamentais para adequação da malha viária, como por exemplo a conexão a portos, duplicação, triplicação de pistas, pontes e etc. Tudo isso, permitirá melhor qualidade das rodovias e elevará o nível de serviço prestado pelas transportadoras”, conta.
O setor de transporte contribui para o crescimento da economia, distribuindo 65% de todos os produtos do país, porém, Serini prefere ser cuidadosa em relação ao desenvolvimento do setor. “Precisamos acompanhar esse desenvolvimento com muita cautela face às incertezas relacionadas ao momento político que trava embates entre congresso e governo sobre possíveis alterações na questão tributária, além da possível oneração da folha de pagamento para 17 segmentos, incluindo o transporte de cargas”, explica.
Setor cauteloso
As estimativas econômicas para 2024 retratam um cenário promissor, mas sem perspectivas robustas tanto do mercado interno quanto externo, apresentando queda da inflação e novas reduções de juros para o segundo semestre.
A
economista do IPTC explica que, como as políticas monetária e fiscal
provocam retração da economia, o Governo tem divulgado medidas para
impulsionar o crescimento por meio de planos de investimentos (Novo PAC e
o Nova Indústria Brasil), oferta de linhas de crédito, principalmente
do BNDES, e de investimentos das estatais, como a Petrobras. “Caso esses
planos e essas medidas sejam efetivas, o desempenho da economia ao
longo de 2024 pode superar as atuais expectativas de crescimento”,
finaliza Raquel.
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Sobre o IPTC - O Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC) realiza estudos e análises voltadas para o transporte rodoviário de cargas em todo o país com ferramentas que auxiliam colaboradores e contratantes do segmento. Além disso, o Instituto faz a captação de dados para apresentar a evolução do setor em uma perspectiva geral, com embasamento técnico. Torna-se uma importante fonte para conhecer e aprimorar os serviços do TRC em suas diversas vertentes.
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