A Fundação João Pinheiro (FJP), instituição responsável pelo cálculo do déficit habitacional do Brasil, divulgou, hoje (7), que 41,2% dos domicílios urbanos brasileiros enfrentam algum tipo de inadequação, totalizando 26.510.673 moradias. A atualização dos dados para o ano de 2022 teve como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Cadastro Único para Programas Sociais CadÚnico.
Os
números mostram que o déficit impacta, principalmente, mulheres, negros
e famílias com renda de até 2 salários-mínimos. Dos domicílios com
inadequações, mais de 60% são chefiados por mulheres, e mais de 53% têm
responsáveis que se declaram não brancos. Em relação a renda,
aproximadamente 12 milhões se enquadram na Faixa 1 do Programa Minha
Casa Minha Vida (renda total de até 2 Salários Mínimos).
Em
relação a regiões, a região Norte possui a maior quantidade de
domicílios com inadequação, cerca de 6,0 milhões, seguida de perto pela
região Nordeste, que se aproxima dos 4,0 milhões de domicílios nessa
situação. Por outro lado, ao analisar o padrão construtivo das
habitações, a região Sudeste aparece em primeiro, com os maiores
valores, contabilizando mais de 3,0 milhões de domicílios com
inadequações edilícias, seguida pela Região Nordeste, com valores muito
próximos a este.
Considerando
o total de domicílios inadequados em relação ao total de domicílios
duráveis por grande região, as maiores participações de inadequações de
infraestrutura e edilícias concentram-se nas regiões Norte e Nordeste,
enquanto a região Sul se destaca pela participação relativa da
inadequação edilícia, superando consideravelmente os outros
subcomponentes da inadequação, como infraestrutura e inadequação
fundiária.
Em
termos demográficos, as regiões Norte e Nordeste apresentam as maiores
proporções de domicílios inadequados com responsáveis não brancos,
enquanto a região Sul registra as menores proporções nesse aspecto. No
que diz respeito aos domicílios inadequados chefiados por mulheres, o
Nordeste se destaca, superando 53% do total, seguido de perto pelo
Centro-Oeste.
*O
estudo é da FJP, mas a Habitat Brasil pode falar sobre a escassez e
ineficiência de políticas públicas voltadas para a área de habitação no
país. Além disso, a Habitat é uma organização que pode qualificar e
explicar os dados divulgados, abordando exemplos a partir do trabalho
desenvolvido diretamente com famílias ao longo de 32 anos.
Sugestão de porta-voz:
Socorro Leite – Diretora executiva da ONG Habitat para a Humanidade Brasil
Raquel Ludermir - Gerente de Incidência Política da ONG Habitat para a Humanidade Brasil
Sobre a Habitat para a Humanidade Brasil
Habitat para a Humanidade Brasil é uma organização da sociedade civil que, há 32 anos, atua para combater as desigualdades e garantir que pessoas em condições de pobreza tenham um lugar digno para viver. Presente em mais de 70 países, a organização promove a incidência em políticas públicas pelo direito à cidade e soluções de acesso à moradia, à água e ao saneamento, em articulação com diversos setores e comunidades.
Assessoria de Imprensa
Fernanda Paes - fernanda@alterconteudo.com.br - (13) 99114-3601
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