O
Hamas libertou nesta sexta-feira (24) o primeiro grupo de reféns após o
acordo entre Israel e Hamas que prevê uma trégua de quatro dias no
conflito na região. A informação é a imprensa israelense, mas a ONG Cruz
Vermelha, que coordena a operação, disse que a transferência dos reféns
já havia começado. Entre os liberados, há 13 mulheres e crianças, todas
israelenses. A partir de uma operação negociada de forma secreta
durante mais de um mês e intermediada pelo Catar e pelos Estados Unidos,
elas foram entregues por membros do Hamas a agentes da Cruz Vermelha. O
grupo, que estava sob poder do Hamas em Gaza, tinha sido sequestrado
nos ataques do grupo terrorista ao sul de Israel de 7 de outubro.
Ainda segundo a imprensa israelense, as reféns libertadas atravessaram a
fronteira entre Gaza e o Egito pela cidade de Rafah, a mesma por onde
brasileiros que estavam no território palestino cruzaram há pouco mais
de dez dias. Carros da Cruz Vermelha foram vistos atravessando a
fronteira no início da tarde de sexta, pelo horário de Brasília. No
Egito, em um local não divulgado, helicópteros do Exército Israel
aguardavam para levá-las de volta ao território israelense. O governo de
Israel disse que, além de militares, os helicópteros levaram também
médicos e especialistas em comunicação com reféns, que fariam o primeiro
contato com as reféns libertados. Autoridades envolvidas na operação
ainda não haviam dado detalhes sobre a identificação dos reféns soltos e
o estado de saúde deles até a última atualização desta reportagem. Nos
próximos dias, mais reféns serão libertados. O acordo prevê que o Hamas
solte mais de 50 reféns, em troca da trégua temporária nos ataques, que
começou na madrugada desta sexta, e da soltura de prisioneiros
palestinos, que já estavam detidos antes de a guerra começar. Um
primeiro grupo de 39 presos, entre eles adolescentes, deve ser solto
ainda nesta sexta. Nesta manhã, eles foram transferidos de diferentes
presídios onde estavam, todos na Cisjordânia, e levados a um centro
penitenciário da cidade de Ramala para, de lá, serem libertados. Na
quinta-feira (23), após ambas as partes confirmaram a libertação de
israelenses, Israel disse que recebeu a lista de nomes que seriam
libertados e que entrou em contato com as famílias, disse o gabinete do
primeiro-ministro israelense em um comunicado. O acordo começou a
vigorar às 7h no horário local (2h em Brasília). O cessar-fogo vale no
norte e no sul de Gaza, informou o Ministério das Relações Exteriores do
Catar, que mediou o acordo. O porta-voz do ministério catari, Majed
Al-Ansari, disse na capital do Catar, Doha, que espera-se que palestinos
sejam libertados de prisão israelense. "Todos nós esperamos que essa
trégua leve a uma chance de iniciar um trabalho mais amplo para alcançar
uma trégua permanente." O Hamas confirmou em seu canal no Telegram que
todas as hostilidades de suas forças vão cessar.
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