O senador e ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB-SP) e sua filha,
Verônica Serra, se tornaram réus na Operação Lava Jato nesta quarta,
29, após o juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal Federal, aceitar
denúncia apresentada pela força-tarefa bandeirante no último dia 3. O
tucano é acusado de receber propinas da Odebrecht entre 2006 e 2007 em
troca de benefícios para a empreiteira nas obras do Rodoanel Sul. A Lava
Jato SP apontou que os pagamentos foram ocultados por meio de
transações financeiras envolvendo offshores constituídas por Verônica
Serra e o empresário José Amaro Ramos, apontado como operador do
esquema. “José Serra e Verônica Allende Serra, entre 2006 e, ao menos,
2014, ocultaram e dissimularam, por meio de numerosas operações
bancárias, a natureza, a origem, a localização e a propriedade de
valores sabidamente provenientes de crimes, notadamente de corrupção
passiva e ativa, de fraudes à licitação e de cartel, praticando, assim,
atos de lavagem de capitais”, resumem os procuradores da Lava Jato na
denúncia. Os procuradores apontam que Serra solicitou o pagamento de
propina de R$ 4,5 milhões da Odebrecht e indicou que gostaria de receber
o montante no exterior. A denúncia indica ainda que o valor foi pago
pela empreiteira ‘supostamente para fazer frente a gastos de suas
campanhas ao governo do estado de São Paulo’. Além disso, a Lava Jato
diz que Serra recebeu R$ 23,3 milhões entre 2009 e 2010, em
contrapartida à liberação de créditos havidos junto à Dersa. “Neste
contexto, realizaram numerosas transferências para dissimular a origem
dos valores, e os mantiveram em uma conta de offshore controlada, de
maneira oculta, por Verônica Serra até o final de 2014, quando foram
transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça”, indicou
a Lava Jato São Paulo.
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