A ação dos seis ministros da facção pró-crime, mais que os corruptos e a
ditadura, distorcem a imagem do país e afasta investimentos, denuncia
J. R. Guzzo no Metrópoles. De fato, se alguma instituição brasileira tem vocação bolivariana, é o STF:
Uma das piores consequências da guerra que o Supremo Tribunal Federal
declarou a favor da impunidade e contra os esforços da Justiça, do
Ministério Público e de órgãos de fiscalização federais no combate à
corrupção, é sujar o nome do Brasil no exterior. Isso mesmo: quem está
mais avacalhando, hoje, a imagem brasileira no mundo não são, como de
hábito, as quadrilhas de criminosos, a corrupção nas polícias ou a
venalidade fora de controle das autoridades públicas.
Nada disso: é ninguém menos que a mais alta corte de justiça do país, através da ação dos seis ministros que compõem a sua facção pró-crime.
A proibição de permitir a prisão de criminosos condenados em segunda
instância foi apenas o último ato público de apoio à impunidade que
cometeram. Sua fama já está sendo construída há meses.
As decisões sistematicamente a favor dos corruptos e da corrupção
tomadas pela maioria dos ministros, com a abertura por atacado das
portas da cadeia para ladrões do erário e outros bandidos, vem sendo
observada – e anotada – por organizações internacionais de primeira
linha que avaliam o grau de civilização legal dos países.
A OCDE, por
exemplo, que reúne as nações mais bem sucedidas do mundo, já colocou o
Brasil na sua lista de lugares suspeitos. O mesmo foi feito pela
Interpol. Agências como o FBI e as divisões internacionais das
principais polícias da Europa e Ásia também estão nos incluindo no rol
dos países não-confiáveis – em matéria de proteção à corrupção, lavagem
de dinheiro, crimes financeiros, golpes internacionais, leniência da
Justiça com tráfico de drogas e por aí afora.
Não é o nome do Brasil, apenas, que sofre com isso: é a confiança do
investidor internacional, que exige níveis mínimos de limpeza na justiça
e de segurança jurídica para aplicar dinheiro por aqui. Também não é só
o STF que está enterrando a reputação do país: as lideranças do
Congresso, e a ação das gangues partidárias, dão uma ajuda preciosa aos
“Seis do STF”.
Foi-se o tempo em que a má fama do Brasil no mundo vinha da ditadura
militar. Hoje ela vem dos degraus mais altos dos nossos tribunais.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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