MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Ao abandonar a função, vice-líder do governo diz que a articulação vai “de mal a pior”


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Capitão Augusto já protocolou a sua renúncia à vice-liderança
Eduardo Bresciani
Coordenador da chamada “bancada da bala”, o deputado Capitão Augusto (PR-SP) decidiu abandonar a vice-liderança do governo Jair Bolsonaro. Ele argumentou que as críticas feitas internamente por ele sobre o relacionamento do governo com o Congresso não vinham sendo ouvidas e criticou a articulação política do Planalto. “Eu sou aliado de primeira hora do Bolsonaro, fui primeiro a subir na tribuna parar declarar apoio a ele quando ninguém imaginava isso tudo. Eu estava acreditando que pudesse contribuir e estou vendo que a articulação está indo de mal e pior e me sinto impotente” —disse Augusto ao Globo.
O parlamentar criticou as escolhas feitas pelo presidente para os cargos no Congresso. Augusto afirma que o líder na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), não foi aceito pela Casa e que a líder no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), é “estrela”. Sobrou também para o líder do PSL, Delegado Waldir (GO), descrito como “caricato”.
SÓ CRÍTICAS — “Não dá. Coloca como líder do partido do Bolsonaro o Delegado Waldir, que é caricato. É meu amigo, mas é briguento, não dialoga, ninguém o leva a sério, não é bom de discurso. O Major Vitor Hugo é trabalhador, humilde, honesto, mas a Câmara não aceitou, não deu certo, e não devia ter pego do próprio partido. E para piorar coloca a Joice como líder no Congresso, o que também não dá. Ela é muito estrela, não desce pro corpo a corpo com os deputados, e é combativa demais com a esquerda inviabilizando qualquer acordo para votações” — afirmou Capitão Augusto.
Ele prossegue dizendo que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está sobrecarregado por acumular a articulação política com a gestão de programas de governo e diz que o ministro da Secretaria de Governo, Santos Cruz, ” parece que não gosta de parlamentar”. 
Capitão Augusto repete as críticas recorrentes na Câmara de que ministros não abrem suas agendas para deputados e afirma que mesmo com integrantes do segundo e terceiro escalão tem sido difícil obter reuniões para parlamentares.
AS CONCESSÕES – O parlamentar avaliou ainda que as concessões feitas pelo governo na reforma da Previdência já na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) demonstram os problemas na articulação política. “Terça-feira aqui na CCJ foi uma derrota. Não pode um governo recém-eleito sangrar na CCJ desse jeito” — disse.
O parlamentar diz que segue apoiando o governo, mas que abandonará a função para ver se aquele a ser escolhido para seu lugar consiga fazer o Planalto compreender os problemas.
“Eu estou vendo que as críticas que eu faço não tem efeito, nada muda. Sou presidente de comissão, coordeno a bancada, vice-líder do PR, então deixa pra outro esse cargo, vai que eles escutam se outro falar. Se for para ter papel figurativo, prefiro não ter mais” — afirmou o deputado, que já protocolou no gabinete da liderança da Câmara um ofício a Major Vitor Hugo solicitando sua retirada da função.

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